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Delegados da PF são mortos a tiros em briga em casa noturna de SC

Hanrrikson de Andrade e Nathan Lopes

Do UOL, no Rio, em São Paulo*

31/05/2017 10h48Atualizada em 01/06/2017 12h48

Dois delegados da Polícia Federal morreram, nesta quarta-feira (31), depois de um desentendimento com um comerciante em uma casa noturna, em Florianópolis, segundo informou a Polícia Civil de Santa Catarina. As vítimas são Adriano Antônio Soares, 47, e Elias Escobar, 60.

O delegado Ênio de Matos, responsável pela investigação, atribuiu o crime a “motivos banais”. Segundo a polícia, os delegados da PF se desentenderam com outro cliente, Nilton Cesar Júnior, proprietário de um trailer de cachorro-quente, localizado a poucos metros da casa de prostituição, no bairro Estreito.

Adriano era o chefe da delegacia da PF em Angra dos Reis, cidade do litoral fluminense, e atuou na investigação da morte do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki. O ex-membro da Corte morreu em um acidente de avião, em janeiro, quando a aeronave caiu no mar em Angra.

UOL apurou com a PF do Rio que, em princípio, não há uma conexão entre os fatos. A assessoria da instituição informou que, após o registro da tragédia envolvendo Teori, o inquérito do caso foi transferido do Rio para Brasília, onde se encontra atualmente sob coordenação de um outro delegado --cujo nome não foi divulgado.

Em janeiro, Adriano chegou a dar entrevistas à imprensa no qual comentava diligências realizadas a fim de apurar as circunstâncias da morte do ministro do STF.

Em nota, a PF lamentou a morte dos dois delegados e informou que eles haviam viajado a Florianópolis para participar de uma "capacitação interna". "O falecimento dos policiais decorreu de uma troca de tiros em um estabelecimento na capital catarinense", divulgou a PF.

Segundo apuração da reportagem, as vítimas teriam discutido com o dono da barraca de cachorro-quente, dando origem ao tiroteio. Na ação, o comerciante que baleou os policiais também foi atingido por disparos. Nilton passou por uma cirurgia na manhã de hoje e está internado na UTI do Hospital Florianópolis, em situação estável.

Um investigador, que preferiu não se identificar, disse que os delegados foram alvejados com um pistola 380 a curta distância.

O IGP (Instituto Geral de Perícias) de Santa Catarina, que participa do caso, informou que os dois delegados morreram no local do crime. Escobar levou três tiros, sendo dois no crânio e um no tórax; já Soares foi atingido por um disparo no tórax. A PF obteve a liberação dos corpos, que serão levados para o Estado do Rio de Janeiro ainda nesta quarta (31).

Na delegacia de Angra dos Reis, o clima é de consternação. Um treinamento de tiro foi cancelado porque, de acordo com um policial que trabalha no local, "ninguém estava com cabeça para isso". Mas o atendimento ao público segue normalmente. O agente afirmou que Adriano deixa mulher e filhos. Ele morava em Niterói, região metropolitana do Rio.

*Colaboração para o UOL, em Florianópolis