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Manifestantes desocupam plenário da Câmara: "SP não está à venda"

11.ago.2017 - Manifestantes desocuparam o plenário da Câmara de SP por volta das 13h25 - Newton Menezes/Estadão Conteúdo - Newton Menezes/Estadão Conteúdo
11.ago.2017 - Manifestantes desocuparam o plenário da Câmara por volta das 13h25
Imagem: Newton Menezes/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

11/08/2017 13h04Atualizada em 11/08/2017 16h34

Após negociação entre os manifestantes, a Câmara dos Vereadores de São Paulo e a GCM (Guarda Civil Metropolitana), o plenário da Casa foi desocupado no início da tarde desta sexta-feira (11). Aos gritos de "Doria, nem tenta, SP não está à venda", os cerca de 60 manifestantes deixaram a Câmara às 13h25.

Manifestantes de movimentos estudantis e culturais invadiram o local na quarta-feira (9) em protesto contra as chamadas "privatizações" do prefeito João Doria (PSDB) e a favor do passe livre estudantil.

A Justiça de São Paulo, no fim da tarde de quinta-feira (10), havia dado prazo de cinco dias para que os manifestantes desocupassem voluntariamente o plenário. A decisão, divulgada nesta quinta (10) pelo juiz Alberto Alonso Muñoz, da 13ª Vara da Fazenda Pública, ordenava que a reintegração de posse pela Polícia Militar poderia ocorrer após esse prazo, com uso de armamento não-letal.

O pedido de reintegração de posse foi feito na quarta (9) pela Presidência da Câmara de Vereadores. Os manifestantes pediam a "revogação imediata de todas as medidas que cortam o passe livre estudantil e a suspensão dos projetos de lei das privatizações". Cerca de 60 jovens estavam dentro do plenário da Casa.

O grupo de manifestantes defendeu a realização de um plebiscito para que a população da capital paulista avalie as "privatizações de João Doria (PSDB)". Segundo Naiara Souza, presidente da UEE (União Estadual dos Estudantes), antes da ocupação, o grupo tentou o diálogo com o presidente da Câmara dos Vereadores, Milton Leite (DEM) "diversas vezes".

"E a Câmara recusou o diálogo com os movimentos sociais e sociedade civil. Por isso, ocupamos a Câmara com algumas reivindicações", disse.

"O que a gente quer: um plebiscito para que o povo decida o futuro da cidade. O Doria não pode entrar nessa cidade, que é nossa, e vender os patrimônios, que são nossos. Para que isso aconteça, o povo deve autorizar. Que seja colocado em votação em caráter de urgência nessa Casa", argumentou.

Carta aberta

Na quarta-feira passada, os manifestantes leram publicamente uma carta "contra a venda de São Paulo". Eles também reclamavam da postura do presidente da Casa, que havia cortado a água dos banheiros e barrado a entrada de comida no plenário.

Os estudantes solicitaram à população apoio através da realização de vigília do lado de fora do Palácio Anchieta. "Cortar água e comida é muito sério e antidemocrático", afirmou David

No local, compareceram vereadores como Eduardo Suplicy e Juliana Cardoso, ambos do PT, além do padre Julio Lancellotti. Eles conseguiram negociar o retorno da água, a liberação dos banheiros e a entrada de pão com manteiga, em troca da saída de menores de idade do plenário.