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Serviços essenciais estão garantidos "de forma mínima" por hoje em SP, diz Covas

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, durante reunião no domingo (27) - Ananda Migliano - 27.mai.2018/O Fotográfico/Estadão Conteúdo
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, durante reunião no domingo (27) Imagem: Ananda Migliano - 27.mai.2018/O Fotográfico/Estadão Conteúdo

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

28/05/2018 11h51

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse na manhã desta segunda-feira (28) que "ainda não é o momento" de decretar feriado ou ponto facultativo na capital paulista, já que os serviços essenciais estão garantidos "de forma mínima" por hoje.

"Ainda não é o momento de decretação de feriado, que é uma medida extrema", afirmou Covas hoje em entrevista à imprensa.

De acordo com Covas, a prefeitura garante nesta segunda a circulação de ônibus --ainda que com restrição--, a coleta de lixo e a oferta de merenda na rede municipal, entre outros serviços essenciais, e disse que o município está "levantando insumos" para que não haja desabastecimento de comida e gás de cozinha nas escolas.

No caso do diesel para a circulação de ônibus, Covas disse que há combustível para o transporte coletivo até terça (29) nos mesmos patamares de hoje, e a prefeitura "está buscando combustível para quarta-feira [30]". O serviço funerário está em situação similar, com autonomia de 24 horas.

De acordo com o prefeito, a frota de ônibus de São Paulo rodou no horário de pico da manhã de hoje com 68% da capacidade, patamar que deve voltar a ser atingido no pico noturno. Entre os dois horários, 60% dos ônibus estarão rodando.

Covas citou dados da Secretaria Municipal de Fazenda segundo os quais a cidade perdeu, só na última semana, R$ 150 milhões em arrecadação de serviços que não foram prestados.

Ainda de acordo com o prefeito, a administração nota uma "grande falta" de professores e alunos nas escolas e monitora a ausência de profissionais da rede de saúde, mas não deu números. 

Situação ainda é grave, diz prefeito

Segundo Covas, no momento, o município está agindo para garantir os serviços essenciais em intervalos de 24 horas. "A cada momento, a gente tem tido operação para ganhar 24 horas, mais um dia", disse.

Na última sexta-feira (25), a prefeitura decretou situação de emergência na capital. A medida permite que a prefeitura faça compras sem licitação, requisite ou apreenda bens privados, como o combustível que esteja estocado em um posto. Também permite realizar gastos sem depender de empenho orçamentário. 

Covas disse que não há previsão para o encerramento do estado de emergência. O prefeito disse que a população pode "manter a calma", mas deixou claro que a "situação continua grave".

O prefeito cobrou ainda que os participantes de movimentos envolvidos em paralisações colaborem e tenham "bom senso".

Nesse momento, São Paulo e o Brasil já perceberam a importância que os caminhoneiros têm. (...) Queria fazer um apelo para que eles possam voltar a trabalhar.

Bruno Covas, prefeito de São Paulo

Trânsito e universidades

O rodízio de veículos continua suspenso, com isso carros com placas finais 1 e 2 estão liberados. A medida vem sendo adotada desde a última quinta-feira (24). Apesar disso, a média de trânsito na cidade está muito abaixo da média do horário.

Às 8h, apenas 0,4% das vias monitoradas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) tinham pontos de lentidão. A média inferior do horário é de 5%. Há fluidez nos principais corredores da cidade, como as marginais Tietê e Pinheiros, que costumam ficar bastante engarrafadas no horário.

Todas as linhas do Metrô de São Paulo operam normalmente nesta segunda. Das linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), apenas a linha 10-Turquesa funcionava com velocidade reduzida por volta das 7h, devido a uma falha em uma das composições, mas teve a operação normalizada as 8h11.

As aulas nas escolas municipais foram mantidas para hoje.

A USP (Universidade de São Paulo) suspendeu as atividades dos cursos de graduação até a quarta-feira (30) por causa do desabastecimento de combustíveis e cada unidade irá decidir se cancela ou não as atividades de pós-graduação e extensão nesse período.

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) suspendeu todas as atividades acadêmicas nesta segunda, por causa da greve. Os serviços de saúde estão mantidos, mas a instituição orienta a população a buscar atendimento nas unidades de saúde da Unicamp somente em situações de emergência.

A Unesp, também estadual, sugeriu aos coordenadores dos seus centros suspendam as atividades de ensino de graduação, "respeitando as especificidades de cada unidade", até a próxima quarta-feira.