PM nega invasão do tráfico, mas 22 estações do BRT continuam fechadas
Apesar de o BRT (sistema de corredores de ônibus articulados) ter voltado a operar após a normalização do abastecimento da frota, 22 estações que integram o corredor TransOeste no eixo da Cesário de Melo, em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro, permanecem fechadas nesta quarta-feira (30).
Esse é o único trecho que não retomou o serviço após o desabastecimento de combustível provocado pela greve de caminhoneiros. De acordo com o consórcio responsável, não há segurança para que os coletivos voltem a circular na região da Cesário de Melo.
Nesta terça-feira (29), o secretário da Casa Civil do município, Paulo Messina, afirmou que as estações haviam sido controladas pelo tráfico de drogas. "As estações viraram grandes lojas do tráfico de drogas, e o poder público perdeu o controle. O tráfico está ameaçando funcionários do BRT, está impossível operar”, disse o secretário.
No entanto, após patrulhamento na região, a PM informou que não foram constatadas ocupações irregulares nas estações. O porta-voz da PM, major Ivan Blaz, confirmou que a região é insegura, mas disse que as estações não foram ocupadas por criminosos.
“Realmente é uma área onde a depredação é constante, é perigosa, mas não há ocupação das estações do BRT pelo tráfico de drogas. Traficantes não ficariam expostos nessas estações, no meio da rua”, afirmou Blaz.
A PM informou ainda que, durante patrulhamento na madrugada de hoje, dois homens foram presos na estação Cesarão 3, em Santa Cruz. A dupla foi flagrada furtando barras de aços da rampa da estação.
Procurado pelo UOL, o BRT informou que não iria comentar as declarações da PM. O consórcio reafirmou que o serviço de transportes na região só será retomado quando “as autoridades de segurança pública garantirem as condições para o transporte de passageiros e o trabalho de funcionários”. Ao todo, 22 estações continuam fechadas por falta de segurança.
Ainda de acordo com o BRT, nos últimos três meses, os serviços foram interrompidos oito vezes, o que equivale a 37 horas de serviço, em decorrência de conflitos na região.
De acordo com o consórcio, não há previsão para que as linhas voltem a operar no eixo da Cesário de Melo.
O trecho Madureira x Fundão, que também havia sido suspenso, voltou a operar na tarde de ontem. Ambos os trechos tinham sido interrompidos na última quinta (24) quando a frota enfrentou escassez de combustível.
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