Sindicato repudia pedido de afastamento de delegado chefe da Polícia Civil do Rio
Luís Adorno
Do UOL, em São Paulo
13/07/2018 09h47Atualizada em 13/07/2018 09h47
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Rio (Sindipol-RJ) divulgou uma nota de repúdio ao pedido do MP (Ministério Público) para afastar da chefia da Polícia Civil do estado, o delegado Rivaldo Barbosa --nomeado pelo interventor federal Walter Braga Netto.
O pedido da Promotoria fluminense se deu por conta de uma contratação de uma empresa de informática sem licitação. A Polícia Civil teria feito três contratos emergenciais, dispensando licitação, que geraram despesas superiores a R$ 19 milhões entre 2017 e 2018.
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O objetivo desses contratos, segundo o MP, seria fornecer serviços de informática para delegacias do estado. Eles começaram antes de Barbosa chegar ao caso, mas o delegado geral teria autorizado a assinatura de ao menos um deles durante sua gestão -- em março de 2018, no valor de cerca de R$ 5,9 milhões.
O sindicato declarou que foi "leviana, açodada e midiática" a forma que o delegado foi exposto. "É estarrecedor verificar que a denúncia proposta em face de importantes membros da Policia Civil, incluindo o atual chefe da instituição e o ex Chefe de Polícia, foi lastreada em um procedimento apuratório no qual ambos sequer foram ouvidos".
Ainda segundo o sindicato, "a denúncia é maliciosa e traz informações inverídicas, como no trecho em que é afirmado que a dispensa de licitação não foi acompanhada de sindicância para se apurar a necessidade da dispensa, quando na realidade o que ocorreu foi o contrário".
O sindicato diz, também, que não se opõe à apuração de qualquer fato. "A absurda espetacularização de um simples oferecimento de denúncia, por mais débil que seja, como de fato o é, atinge a própria Policia Civil (espera-se que essa não tenha sido a verdadeira motivação da peça acusatória), uma instituição que luta diariamente, com muita garra e abnegação, para a construção de uma sociedade livre, justa e segura".
Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que aguarda a notificação judicial para conhecer oficialmente o teor da denúncia.
Rivaldo Barbosa não foi encontrado pela reportagem. À TV Globo, a Polícia Civil disse que ele repudia o oferecimento da denúncia antes de criteriosa apuração.