Rio: incêndio em refinaria de Manguinhos é controlado
Um incêndio de grandes proporções atingiu a Refinaria de Manguinhos, na zona do Rio de Janeiro, na tarde desta segunda-feira (17). O fogo, que se limitou à área onde caminhões-tanque estavam estacionados, já foi controlado, segundo informou a Refit, localizada às margens da avenida Brasil --uma das principais vias do Rio e que serve de ligação entre o centro e as zonas norte e oeste da cidade.
Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve registro de feridos. Apenas uma pessoa foi atendida por inalação de fumaça, mas não houve consequências graves. A corporação diz ter sido acionada por volta das 13h40. Ainda não se sabe o que teria provocado o fogo.
A refinaria, que vai abrir uma sindicância para apurar a origem do incêndio, informou que o fogo atingiu a "área de descarga e recebimento de matéria-prima". Segundo a empresa, o fogo teve início em um único caminhão e se alastrou rapidamente atingindo outras carretas.
Militares de sete quartéis foram enviados para o local: o central, onde está baseado o comando da corporação, além de Caju, Irajá, São Cristóvão, Benfica e Alto da Boa Vista, na zona norte, e de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Às 15h, o volume de fumaça produzido pelo incêndio era observado de vários pontos da cidade, como da ponte Rio-Niterói (rodovia que liga os dois municípios) e da avenida Francisco Bicalho, na região central do Rio. Nas redes sociais, motoristas compartilharam imagens da cortina de fumaça.
Recuperação fiscal e executivos denunciados
Fundada em 1954, a refinaria de pequeno porte pertence ao grupo Andrade Magro e está em processo de recuperação judicial.
Tem capacidade de produzir os principais derivados do petróleo --gasolina comum, GLP, diesel, óleo combustível e solventes especiais. A refinaria processa diariamente 15 mil barris de petróleo e tem capacidade de armazenamento de 215 mil/m³, segundo a empresa. O local emprega cerca de 300 funcionários.
Em 2012, chegou a ter a desapropriação decretada pelo então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB). Após uma batalha na Justiça, conseguiu retomar suas atividades em 2015, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) revogou o decreto de desapropriação.
O empresário e advogado Ricardo Andrade Magro é um dos donos do grupo que controla a Refinaria Manguinhos. Amigo e ex-advogado do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso em Curitiba, esteve envolvido em denúncias de evasão fiscal à frente da refinaria e chegou a ser preso em 2016, após ter sido considerado foragido e ter tido o nome incluído na lista da Interpol.
O nome de Magro apareceu em 2016 na lista dos brasileiros que mantinham offshores em paraísos fiscais. Nos documentos do Panama Papers, há menções sobre seis offshores ligadas ao empresário paulistano. Ele sempre negou irregularidades.
Tanto os governos do Rio quanto de São Paulo apontaram a refinaria como grande devedora de impostos no setor de combustível. A procuradoria acusou na ocasião ex-dirigentes de lançar registros fraudulentos em livros fiscais para embolsar créditos indevidos de ICMS na venda de combustíveis em operações interestaduais.
Denúncia anterior, de abril passado, tratou de outra operação --realizada em 2008-- que teria causado prejuízos de R$ 23,4 milhões.
Trânsito
O incêndio causou interdições no trânsito na região da refinaria.
Segundo o COR (Centro de Operações do Rio), a pista lateral da avenida Brasil, sentido centro, foi interditada. Às 15h18, o COR informou que a via já havia sido liberada. No horário, também era iniciada a liberação da saída 9A da Linha Amarela, para a avenida Brasil.
A pista central foi mantida livre para o trânsito. Em razão dos bloqueios, o trânsito apresentava retenções no sentido centro da avenida Brasil, entre Ramos e Manguinhos.
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