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Filho de João de Deus é preso por coação e corrupção de testemunhas

2.fev.2019 - Sandro Teixeira Oliveira foi preso em sua residência, em Anápolis (GO) - Divulgação/Polícia Civil
2.fev.2019 - Sandro Teixeira Oliveira foi preso em sua residência, em Anápolis (GO) Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

02/02/2019 10h39Atualizada em 02/02/2019 11h26

Um dos filhos do médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, foi preso após decisão do TJ-GO (Tribunal de Justiça de Goiás). A decisão contra Sandro Teixeira de Oliveira foi tomada na sexta-feira (1º) pela juíza Rosângela Rodrigues, da comarca de Abadiânia (GO). O mandado de prisão preventiva --que não tem prazo-- foi cumprido neste sábado (2) pela Polícia Civil de Goiás. Oliveira foi preso em sua residência, em Anápolis (GO).

A prisão foi determinada por "coação e corrupção de testemunhas", segundo o Tribunal. O médium, que já está em reclusão, também teve nova ordem de prisão expedida pelos mesmos motivos. O mandado contra João de Deus foi cumprido no Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia (GO).

Em nota ao UOL, o advogado de João de Deus, Alberto Toron, disse que desconhecia o pedido de prisão e suas razões e, por isso, não poderia se manifestar no momento. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do filho do médium.

Assista ao momento em que João de Deus se entregou à polícia em dezembro de 2018

TV Folha

Segundo o TJ-GO, a prisão do filho do médium foi uma decisão de ofício da magistrada, sem ter sido solicitada pelo MP-GO (Ministério Público de Goiás). O processo está sob sigilo, mas a prisão teria sido decretada para garantir condições de seguir com a "instrução penal".

Oliveira havia sido denunciado pelo MP no final de janeiro. Segundo a Promotoria, o filho do médium estava armado quando coagiu uma testemunha um dia após ela ter comparecido à delegacia. Além da coação, o MP afirma que Sandro ofereceu "vantagens para obter o silêncio dessa testemunha, oferecendo pedras que seriam preciosas".

Quando ofereceram a denúncia, os promotores alegaram que era "possível perceber que havia uma rede de proteção em torno do réu João de Deus". "Desse modo, além de lutar contra a vergonha de apresentar a denúncia de um crime sexual, as vítimas poderiam sofrer ameaças", indicou o MP em nota na época.

Para Oliveira, o MP não pediu sua prisão, mas medidas cautelares, como "a proibição de manter contato com as vítimas, de sair da comarca e a necessidade de comparecimento em juízo". Os promotores indicaram que a intenção era garantir que fosse garantido às vítimas de prestarem esclarecimentos sobre as denúncias.

João de Deus está preso desde dezembro acusado de crimes sexuais durante atendimentos espirituais que realizava em Abadiânia. A defesa e o médium negam as acusações.

Em janeiro, MP apresentou terceira denúncia contra João de Deus

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