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Com Brumadinho, demanda por curso de segurança de barragens cresce 33%

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

21/02/2019 18h21

A demanda de servidores para participar do primeiro curso de segurança em barragens oferecido pelo governo federal superou em 33% a expectativa inicial dos organizadores. 

Antes programado para contar com 120 alunos, o curso "Segurança de Barragens de Usos Múltiplos" vai contar com 160 pessoas, segundo a Enap (Escola Nacional de Administração Pública), em Brasília, onde as aulas são ministradas.

Os alunos são compostos por servidores públicos federais, estaduais e municipais com formação em engenharia civil, geologia e áreas ambientais. A intenção é que se atualizem quanto ao tema e possam ajudar a subsidiar a fiscalização em barragens pelo país. O curso, porém, não habilita automaticamente os participantes a assinarem laudos. 

Iniciado nesta segunda (18) e com término previsto para amanhã, o curso gratuito abarca conceitos básicos de barragens, aspectos legais, acidentes, anomalias, inspeções visuais, elaboração de relatórios, além de aulas práticas em barragens do Distrito Federal.

Outros dois cursos - Segurança de Barragens de Mineração e Segurança de Barragens em Sistema de Geração de Energia Elétrica - também voltados a servidores públicos estão previstos para começar em 25 de março. 

Governo fará força-tarefa de vistorias

Em 29 de janeiro, quatro dias depois do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em Minas Gerais, o governo federal anunciou reforço na vistoria de estruturas semelhantes. 

Tanto barragens de mineração quanto de água e geração hidrelétrica serão diagnosticadas. O prazo para os trabalhos nas estruturas do primeiro tipo é até o final deste primeiro semestre. Todas as demais deverão ser vistoriadas até o final do ano.

A fiscalização será concentrada em 3,3 mil barragens classificadas como de alto risco. Dentre elas, 205 barragens abrigam resíduos de mineração e, por sua vez, 70 destas são de barragens a montante (são aquelas nas quais os degraus que as compõem são feitos com o material de rejeito). São mais baratas, mas menos seguras. As barragens de Brumadinho e Mariana eram desse modelo.

Na época do anúncio, o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, informou que nem todos os órgãos responsáveis terão funcionários suficientes para a realização da tarefa e, por isso, o governo federal poderá remanejar engenheiros de outros órgãos para auxiliá-los.