Governo vai monitorar por 20 anos risco de contaminação de bombeiros em MG
O Ministério da Saúde anunciou hoje que vai acompanhar por 20 anos a saúde de mais de mil profissionais que trabalharam no resgate das vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais. A avalanche de lama espalhou uma mistura tóxica de água, areia e metais pesados, como ferro, mercúrio, chumbo, níquel, cádmio e zinco.
Em evento com o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, anunciou que a medida será voltada aos profissionais do Corpo de Bombeiros, Força Nacional de Segurança, Defesa Civil e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais).
"Farão parte de um estudo que irá avaliar doenças relacionadas ao desastre, como a contaminação por metais pesados e leptospirose", informou a pasta no Twitter. "O primeiro passo do monitoramento será a coleta de amostras de sangue e urina, que serão analisados pelo Instituto Evandro Chagas, primeiro laboratório de referência para essa ação."
A medida terá a colaboração de pesquisadores de instituições como a Fiocruz, UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Médicos Sem Fronteiras.
Como os bombeiros se cuidaram
Se ingeridos em alta quantidade ou em contato com o corpo humano por períodos prolongados, os metais que compõem o rejeito da barragem fazem mal ao corpo humano e podem ser catalisadores de doenças graves, como demência e alguns tipos de câncer. Devido à enchente que se formou na região, a possibilidade de leptospirose também preocupa.
Por essa razão, os bombeiros que atuaram no resgate precisam seguir à risca diversos procedimentos a fim de manter a saúde física e mental. As medidas vão desde a ingestão de remédios, passam por um banho de desintoxicação e vão até a programação de exames nos meses seguintes ao contato com os rejeitos.
O porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, explicou que, quando os destacamentos militares são escolhidos, é feita uma análise preliminar sobre as condições de saúde de seus integrantes. São checados históricos físicos e psicológicos, e quem não atendeu aos requisitos mínimos não foi convocado para viajar a Brumadinho.
Uma vez no local, os bombeiros se revezam em turnos de trabalho e descanso. Cada grupo em contato direto com a lama permaneceu, em média, dois a três dias na cidade. Terminado esse período, voltavam para seu local de origem.
Infectologistas foram consultados para analisar que malefícios o conteúdo da lama espalhada pelos morros de Brumadinho pode gerar. Segundo o manual de segurança para a atuação dos bombeiros, toda água cuja procedência seja desconhecida é considerada contaminada.
"Em Mariana, a gente fez o acompanhamento de todos esses militares e nenhum militar apresentou problemas [de contaminação]", conta Aihara.
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