Cinco membros do PCC vão a júri popular pela morte de agente federal no RN
Resumo da notícia
- Henry Charles foi assassinado em abril de 2017 em um atentado executado pelo PCC
- Cinco membros da facção serão julgados em data ainda a ser definida
- PCC tenta intimidar servidores do sistema penitenciário federal
Cinco membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) irão a júri popular por arquitetarem o atentado que resultou no assassinato do agente penitenciário Henry Charles Gama e Silva, lotado na penitenciária de segurança máxima de Mossoró (RN).
Titular da 8ª Vara Federal em Mossoró, o juiz federal Orlando Donato Rocha acolheu os argumentos da denúncia do MPF (Ministério Público Federal), que considerou que o crime foi uma "execução" relacionada diretamente com o cargo público exercido pela vítima. A data do julgamento ainda não foi definida.
Em 12 de abril de 2017, quatro homens armados saíram de um carro e começaram a efetuar disparos na direção do funcionário público, que estava em um bar no bairro de Boa Vista, em Mossoró. Ele morreu no local.
A investigação da PF (Polícia Federal), na qual se baseia a denúncia do MPF, identificou quem participou do planejamento do atentado, mas não quem o executou.
PCC matou agentes para intimidar
Além de Henry Charles, o PCC matou outros dois agentes do presídio federal de Catanduvas (PR). O objetivo da facção era o de "desestabilizar e intimidar" os servidores que atuam no sistema penitenciário federal. Segundo a PF (Polícia Federal), o grupo criminoso agiu em represália ao trabalho dos agentes que barram o acesso dos presos dessas unidades a "regalias ilícitas", como a posse de telefones celulares dentro das celas.
Para executar o plano, o PCC montou células de inteligências, dentro de um grupo conhecido como a "sintonia da sinistra". Sintonia é como se chama cada setor da facção.
Baseadas inicialmente em São Paulo, estado de origem da maior facção criminosa do país de acordo com a PF, essas células possuíam uma lista de servidores do sistema penitenciário federal com seus respectivos endereços.
Para cada assassinato, é criada uma célula específica para executar o plano, informou um membro do MPF. A atividade é respaldada e gerenciada por líderes da facção que estão detidos em presídios paulistas.
Além de levantamento de endereços de agentes, os membros responsáveis pelo planejamento das mortes tentaram se aproximar de seus alvos, em pelo menos uma ocasião. "Antes da primeira morte, eles alugaram uma casa ao lado de outro agente e chegaram a conversar com ele, tentando uma aproximação. Esse agente só não foi morto porque viajou na época em que o crime seria cometido", relata um agente da PF.
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