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RJ: seguem hospitalizados sobreviventes do ataque a tiros que matou músico

7.abr.2019 - Evaldo dos Santos Rosa foi baleado por militares no bairro de Guadalupe, na zona oeste do Rio de Janeiro Imagem: Reprodução/Facebook

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

16/04/2019 12h52

As duas vítimas que sobreviveram ao ataque a tiros feito por militares que mataram o músico Evaldo Rosa dos Santos, com 82 disparos, no último dia 7, seguem hospitalizadas.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o catador de papel Luciano Macedo segue internado em estado grave no Hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, zona norte da capital fluminense. Ele foi atingido quando tentava socorrer a família que estava no veículo alvejado pelos militares.

Já o sogro de Evaldo, Sérgio Guimarães Araújo, está internado no Hospital Albert Schweitzer, no bairro de Realengo, na zona oeste. Ele foi atingido por quatro vezes e, segundo a Secretaria, tem quadro "estável".

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Nove militares seguem presos pelo crime

A Justiça Militar determinou na última quarta (10) que nove dos dez militares que foram presos em flagrante pelo assassinato do músico permaneçam detidos. Durante audiência de custódia, a juíza Mariana Aquino de Campos, da 1ª Auditoria da Justiça Militar, converteu as prisões em flagrante para preventivas. Os nove militares confirmam ter disparado contra o veículo dirigido por Evaldo.

O soldado Leonardo Delfino Costa alegou não ter atirado e, por isso, foi liberado --apesar disto, ele segue sendo investigado pelo Exército brasileiro, que assumiu as investigações.

O pedido para liberação de Delfino Costa foi feito pelo MPM (Ministério Público Militar), que afirma não haver provas de participação efetiva no assassinato.

O procurador de Justiça Militar Luciano Moreira Gorrilhas informou que o pedido para as prisões teve como fundamento os crimes de homicídio e tentativa de homicídio que teriam sido cometidos pelos militares. As penas para o crime de homicídio previstas no Código Penal Militar variam entre seis e vinte anos de reclusão.

Para a Procuradoria de Justiça Militar, que pediu a prisão preventiva dos envolvidos, foram descumpridos os princípios e regras que regulamentam o uso da força pelos militares em ações de segurança.

Veja quem são os 9 militares presos:

  • Ítalo da Silva Nunes Romualdo - 2º tenente do Exército
  • Fábio Henrique Souza Braz da Silva - 3ª sargento do Exército
  • Gabriel Christian Honorato - Soldado do Exército
  • Matheus Santanna Claudino - Soldado do Exército
  • Marlon Conceição da Silva - Soldado do Exército
  • João Lucas da Costa Gonçalo - Soldado do Exército
  • Leonardo Oliveira de Souza - Soldado do Exército
  • Gabriel da Silva Barros Lins - Soldado do Exército
  • Vitor Borges de Oliveira - Soldado do Exército

Tenente confirma ter dado o primeiro disparo

O 2º tenente do Exército Ítalo da Silva Romualdo disse, durante a audiência, ter sido o autor do primeiro disparo em direção ao veículo dirigido por Evaldo. No entanto, ele nega ter dado a ordem para que os outros militares atirassem. Nas palavras dele, os outros militares dispararam "espontaneamente" na mesma direção ao vê-lo atirando.

Todos os ouvidos disseram que alguns minutos antes, os militares haviam trocado tiros com um veículo de características similares, no bairro de Guadalupe. Ao ver o carro de Evaldo e ouvir um disparo realizado na região, o tenente deu o primeiro tiro.

82 tiros

O carro em que Evaldo estava foi metralhado por militares com 82 disparos. Evaldo estava com a família a caminho de um chá de bebê quando foi abordado no bairro de Guadalupe, na zona norte da capital.

As primeiras informações divulgadas pelo Exército diziam que a tropa havia "reagido a uma agressão oriunda de criminosos a bordo de um veículo". Segundo a família, a vítima não tinha qualquer envolvimento com o crime.

Em comunicado, o CML (Comando Militar do Leste) chegou a informar que, "com base em informações iniciais transmitidas pela patrulha, foi emitida nota segundo a qual a tropa teria reagido a uma agressão oriunda de criminosos a bordo de um veículo".

"Em virtude de inconsistências identificadas entre os fatos inicialmente reportados [pelo militares envolvidos na ação] e outras informações que chegaram posteriormente ao Comando Militar do Leste, foi determinado o afastamento imediato dos militares envolvidos, que foram encaminhados à Delegacia de Polícia Judiciária Militar para tomada de depoimentos individualizados", continua a nota.

Músico é morto com mais de 80 tiros no Rio

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