Extrovertida e estudiosa: Quem era jovem que morreu eletrocutada em festa
Marina Lang
Colaboração para o UOL, no Rio
17/04/2019 09h51
Esplêndida, estudiosa, indescritível e extrovertida. É assim que os amigos definem a jovem Maria Fernanda Ferreira de Lima, 20, morta após ser eletrocutada na madrugada do último domingo (14) em uma festa no centro do Rio de Janeiro. O caso é investigado pela 6ª DP (Cidade Nova).
"Maria Fernanda era uma pessoa esplêndida, indescritível. Ela estava sempre sorrindo, sempre para cima. A palavra 'não' não existia para ela", relembra o estudante de odontologia Pedro Vieira Figueiredo, 21, amigo da vítima, com a voz embargada.
Figueiredo diz que ajudou Maria Fernanda a mudar de curso na faculdade. "Ela estava fazendo biomedicina, mas quis mudar e eu a orientei", conta ele ao UOL. "Tinha muita responsabilidade e juízo, era focada na faculdade. Quando estive na casa dela na sexta, tinha várias anotações dos estudos organizadas", prossegue.
O perfil da jovem nas redes sociais trazia postagens descontraídas, memes e bastante preocupação com questões sociais e políticas. "Ela não ia em manifestações, era bastante ativa e lutava bastante pelos seus ideais e por direitos básicos em que ela acreditava", conta o modelo Felippe Machado de Oliveira, 20, outro amigo da vítima.
"A Maria Fernanda era extrovertida e alto-astral, tinha uma facilidade imensa de transmitir sorrisos para as pessoas, jamais faria mal a ninguém", diz Oliveira. "Amava o que fazia e sempre se preocupou muito com a família e com os amigos. Ela se fazia presente mesmo longe porque prezava pela vida do outro", descreve.
A estudante levava uma vida normal para a sua idade. Curtia praia, almoçar com os amigos e tomar um drinque para relaxar após uma longa semana de estudos. "Seu hobby era estar com os amigos", afirma Oliveira.
Figueiredo concorda: "Ela não se preocupava com funk que estava tocando no evento, ela só queria curtir com os amigos e relaxar a cabeça. Aí aconteceu isso", lamenta.
Investigações
A delegada Maria Aparecida Salgado Mallet, titular da 6ª DP, informa que um inquérito apurando homicídio culposo e lesão corporal culposa foi instaurado. "O local foi interditado para uma perícia complementar e por apresentar risco", diz.
Ela afirma que a falta de documentação necessária para o evento, que deveria ser emitida pelos bombeiros, deve agravar a situação "tanto para a produção do evento quanto para o administrador do local".
Procurados pela reportagem para se pronunciarem sobre o assunto, produtores da festa Puff Puff Bass não responderam ao contato.
Nenhum representante do Terreirão do Samba, local onde Maria Fernanda Morreu, foi localizado para comentar o assunto.