Tremor de magnitude de 3.2 é registrado no CE; Defesa Civil fica em alerta
Um terremoto de magnitude de 3.2 foi registrado às 21h44 de ontem (25), na cidade de Quixeramobim, localizado no Sertão Central do Ceará, e deixou a Defesa Civil do município de prontidão.
Moradores relataram a movimentação de objetos dentro das casas, além do estrondo causado pelo tremor de terra. Até agora, não há registros de feridos ou desabamentos ocasionados pelo tremor de terra.
A Defesa Civil está apurando as consequências do evento, percorrendo povoados e distritos em Quixeramobim. O monitoramento da região está ocorrendo com a Defesa Civil em conjunto com a RSBR (Rede Sismográfica Brasileira) e o LabSis (Laboratório Sismológico) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O abalo sísmico foi sentido em pelo menos sete localidades próximas, segundo dados do LabSis. São elas: Fogareiro, São Joaquim, Agrovila de Passagem, Carnaubinha, Veneza do distrito de Manituba, Poço Cercado do distrito de Damião Carneiro e povoado de Pau Ferro.
O evento ocorreu um dia após o registro de uma sequência de 102 tremores de terra na região captados por estações da RSBR operadas pelo LabSis. Na madrugada de quarta-feira (24), moradores acordaram com a terra tremendo em Quixeramobim, Boa Viagem e Madalena, com dois tremores de maior magnitude registrados na série de abalos. Eles mediram 2.5, às 2h46, e de 2.1, às 2h10.
De acordo com o geofísico Eduardo Menezes, do LabSis, o município de Quixeramobim sofre um enxame sísmico desde o dia 17 de março. Até agora, foram registrados mais de 1.200 tremores de terra na região. Menezes explica que o município está localizado em cima de uma das falhas geológicas existentes no Nordeste.
"Este é um momento de muita atenção, pois a atividade sísmica da região pode parar, de repente, ou gerar um terremoto de maior magnitude. Estamos atuando em colaboração com a Defesa Civil para esclarecer a população e instalamos novos links de internet nas estações para fortalecer as informações fornecidas pelo monitoramento", explica Menezes, que também é sismólogo da RSBR no LabSis.
Segundo Menezes, a magnitude do tremor ocorrido não deve ocasionar desabamentos, mas uma sequência de tremores de terra pode gerar problemas em edificações que estejam enfraquecidas. "Há relatos de imóveis dessa região com trincas nas paredes. Isso não ocorreu apenas por conta dos tremores, esses imóveis já eram comprometidos e a sequência dos eventos acarretou no aceleramento do problema", diz.
Atividade sísmica no nordeste
Os terremotos são fenômenos naturais repentinos e o Brasil não está livre deles. A região Nordeste tem sismicidade ativa e o terremoto de maior magnitude foi registrado no Chorozinho (CE), em 1980, com magnitude de 5.3.
O segundo maior tremor ocorrido na região foi no município de João Câmara, de magnitude de 5.1, no dia 30 de novembro de 1986. Trinta anos após o maior tremor, João Câmara voltou a registrar atividade sísmica intensa.
De acordo com dados da Rede Sismográfica Brasileira, no Brasil, apenas uma pessoa morreu por conta de terremoto. Em 2007, o tremor de Itacarambi (MG), de magnitude de 4.9, matou uma menina de cinco anos e deixou cinco pessoas feridas, além de várias casas destruídas.
Segundo a Rede Sismográfica Brasileira, desde 1724, mais de 3.600 tremores de terra estão documentados no catálogo sísmico do Brasil. "Diferente dos eventos normais, onde há um tremor principal e pré ou pós choques, os enxames sísmicos são caracterizados pela incidência de um grande número de tremores, durante um certo período de tempo, em única área", explica a Rede Sismográfica Brasileira.
O geofísico explica que as causas dos terremotos não estão ligadas às mudanças climáticas, pois a temperatura das estações do ano não ultrapassam a crosta da terra. Ele explica que falhas geológicas ativadas, acumulação de pressão sob a superfície da terra e ruptura rochosas são fatores que podem influenciar a incidência de terremotos.
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