Polícia Civil prende três suspeitos de terem matado padre Casemiro no DF

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu hoje (24) dois suspeitos de participarem da morte do padre Kazimerz Wojn, 71 anos. Os homens estavam escondidos em Valparaíso de Goiás, cidade que fica a 40 km de distância de onde ocorreu o crime.

Agentes da 2ª Delegacia de Polícia, localizada na Asa Norte, estão nas ruas em busca dos outros dois envolvidos. O padre polonês, que era conhecido como Casemiro, foi encontrado com um arame enrolado no pescoço, além de estar com os pés e mãos amarrados, na noite do último sábado, na casa paroquial da igreja.

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Segundo o delegado Laercio Rossetto, o crime aconteceu entre 18h40 e 21h40, depois que o padre celebrou a missa. Eles já estavam esperando Casemiro e o renderam próximo à obra de reforma da casa paroquial. Vários objetos da igreja foram roubados. O caseiro José Gonzaga da Costa, 39 anos, também foi imobilizado no local e conseguiu pedir socorro. Ele sofreu machucados nos braços e nas mãos e foi levado para o Hospital Regional da Asa Norte.

Não é a primeira vez que a Paróquia Nossa Senhora da Saúde é alvo de bandidos. Na Páscoa deste ano, o sacrário da igreja, avaliado em R$ 20 mil, foi furtado e depois encontrado sendo negociado em um ferro-velho em Samambaia. Em fevereiro, todas as caixas de som tinham sido levadas e o prejuízo foi estimado em R$ 10 mil.

Com os suspeitos, foram apreendidos notebooks, três garrafas de uísque, uma corrente de ouro, celular, relógio e chaves de carros. Segundo o delegado Laércio Rosetto, parte dos itens estava na paróquia. "O padre foi morto com requintes de crueldade. O crime foi premeditado", apontou.

Os suspeitos são Alessandro de Anchieta Silva, de 19 anos, que não tinha passagens pela polícia, e Antonio Willian Almeida Santos, 32. Ele já havia sido preso por homicídio e tráfico de drogas.

De acordo com a polícia, os suspeitos saíram de Valparaíso de Goiás, desceram na Rodoviária do Plano Piloto e foram até a igreja, localizada na 702 Norte. Câmeras de segurança auxiliaram na identificação dos envolvidos.

"Prendemos dois, mas identificamos três. O quarto, acreditamos que seja um adolescente", explicou.

Alessandro, segundo o delegado, estava com uma arma de fogo. Foi ele que imobilizou o caseiro José Gonzaga da Costa, de 39 anos, com socos e chutes. Depois, o deixou durante todo o crime sob a mira da arma.

"Ele (Alessandro) alega que não viu o padre ser morto mas disse ter ouvido tudo. O crime teria durado três horas. Todos os autores que estiveram na casa paroquial sabiam o que estavam fazendo. Todos dividiram tarefas e trabalharam de forma incessante, até porque conseguiram arrombar um cofre de um metro e meio feito de aço"
pontua Rosetto.

"Não tinha menor necessidade de matar o padre Casemiro", diz delegado

O terceiro envolvido foi identificado pelos policiais como Daniel Souza da Cruz, de 29 anos. Ele foi preso hoje (25) e teria sido o mentor do crime.

Segundo Rosetto, o crime foi com requintes de crueldade, e a maneira como o padre foi imobilizado, dificilmente ele sairia vivo.

"Eles apertaram muito o arame no pescoço da vítima. Não tinha como o padre sair vivo. Mas, aguardamos o laudo da perícia criminal para saber mais detalhes", explicou.