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Esquema com policiais vendia peças de carros apreendidos em Detran de Minas

MPMG apreendeu R$ 840 mil em dinheiro durante operação que investigou fraudes no Detran de Santa Luzia, na Grande BH - Divulgação/Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)
MPMG apreendeu R$ 840 mil em dinheiro durante operação que investigou fraudes no Detran de Santa Luzia, na Grande BH Imagem: Divulgação/Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)

Do UOL, em São Paulo

11/12/2019 21h46

O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) denunciou hoje 16 pessoas - incluindo policiais civis e militares - por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, entre outros crimes. O grupo, que atuava em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte, é acusado de cobrar propina para a liberação e transferência de veículos, desviar peças de carros apreendidos e inserir dados falsos nos sistemas do Detran de Minas Gerais.

Em 28 de novembro, eles foram alvo da Operação Cataclisma, que buscava cumprir 46 mandados de busca e apreensão e 13 de prisão temporária contra integrantes do grupo. Na ocasião, nove dos 16 denunciados foram presos. Também foram apreendidos R$ 840 mil em dinheiro.

"Trata-se de organização criminosa que cobra propinas para liberação de veículos, entrega de documentos e realização de vistorias", disseram os promotores de Justiça na denúncia. "O esquema funcionava com várias vertentes, passando por pequenos crimes de corrupção até a participação do chefe do Detran de Santa Luzia nos lucros dos pátios."

O grupo, segundo o MP-MG, também organizava operações para apreender veículos e beneficiar os pátios, além de desviar peças dos carros apreendidos em benefício próprio ou de terceiros. A fraude contaria, ainda, com a participação de despachantes, comerciantes, empresas e ocupantes de cargos públicos.

Iniciadas há mais de três anos, as investigações foram conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), pelo Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público (Gepp) e por três Promotorias de Justiça de Santa Luzia, com o apoio do Grupo de Combate às Organizações Criminosas (GCOC).