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"Tirar Moro da Lava Jato foi positivo para o Brasil", diz Gilmar Mendes

2.out.2019 - O ministro Gilmar Mendes, do STF - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
2.out.2019 - O ministro Gilmar Mendes, do STF Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

13/01/2020 12h02

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, disse que a saída do juiz Sergio Moro da operação Lava Jato "foi positiva para o Brasil".

A afirmação foi feita em entrevista ao programa Poder em Foco, do site Poder 360 em parceria com o SBT, exibida na noite de ontem.

Para o ministro, a ida de Moro para o Ministério da Justiça e Segurança Pública fez com que a operação saísse dos holofotes da mídia.

"Uma contribuição importante que o governo Bolsonaro deu ao sistema político institucional brasileiro foi ter tirado Moro da Lava Jato. Eu não sei se foi uma boa opção para o juiz Moro, inclusive do ponto de vista da suspeição, da imparcialidade", declarou o ministro.

Gilmar ainda completou que "tirar Moro de Curitiba ajudou a normalizar a vida institucional". "Eu até já disse que pode não ter até grandes talentos jurídicos o grupo da Lava Jato, mas tem um grande talendo de midiático, de marketing, o que é notório", afirmou.

O juiz voltou a ser assunto quando o ministro foi questionado sobre as chances de Moro assumir o lugar de Celso de Mello (que completa 75 anos em 2021, idade da aposentadoria compulsória no STF) no Supremo e sobre os vazamentos ligados à operação Lava Jato pelo site The Intercept.

Gilmar preferiu não opinar sobre uma eventual nomeação de Moro ao STF, mas disse não acreditar que o presidente Jair Bolsonaro nomeie um ministro "terrivelmente evangélico" como ele mesmo prometeu.

Sobre os vazamentos, considerou o conteúdo "grave". "Eu tenho a impressão de que havia um voluntarismo, um propósito - talvez até positivo - de combate à criminalidade. Eventualmente a qualquer preço", disse o ministro.