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Testemunhas: acusado de queimar morador de rua pode não ser autor do crime

Endereço na Mooca em que um morador de rua foi atacado e queimado no dia 5 de janeiro - Google Street View
Endereço na Mooca em que um morador de rua foi atacado e queimado no dia 5 de janeiro Imagem: Google Street View

Andréia Martins

Do UOL, em São Paulo

15/01/2020 14h47

Novas testemunhas informaram à Ouvidoria das polícias de São Paulo que o suspeito que confessou ter ateado fogo em um morador de rua no início do ano, na zona leste, pode não ser o autor do crime.

A informação foi divulgada pelo jornal SPTV1 e confirmada pelo UOL com a Secretaria de Segurança Pública. Os depoimentos foram encaminhados à polícia judiciária e ao Ministério Público para avaliação. O caso é investigado por meio de inquérito policial instaurado pelo 18º DP (Alto da Mooca).

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que, por enquanto, nada muda na investigação. "A autoridade policial está à disposição para ouvir as testemunhas que tiverem mais informações sobre o caso. O ofício da Ouvidoria foi recebido e todas as informações são checadas. Até o momento, no entanto, não há nenhuma alteração no resultado das investigações".

A polícia e secretaria não divulgaram mais detalhes dos depoimentos recebidos pela Ouvidoria, mas segundo o jornal, as testemunhas teriam apontado diferenças fisicas entre o acusado e a pessoa que aparece nas imagens de câmeras de segurança ateando fogo em Carlos Roberto Vieira da Silva, de 39 anos.

Carlos Roberto estava deitado em uma calçada no bairro da Mooca quando teve o corpo incendiado no dia 5 de janeiro. Ele foi socorrido com 70% do corpo queimado, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no mesmo dia.

Toda a ação foi registrada por câmeras de segurança. Pelas imagens é possível ver uma pessoa se aproximando de Carlos e jogando algum tipo de substância líquida sobre a vítima. Em seguida, uma explosão acontece e o suspeito do ataque foge.

No dia 8, a Polícia Civil prendeu o suspeito, que chegou a confessar o crime. Segundo ele, Carlos teria lhe furtado R$ 10 mil em dinheiro. A identidade do suspeito não foi revelada.

O acusado foi indiciado por homicídio qualificado. O advogado de defesa, Márcio Araújo, afirmou que vai pedir uma perícia para comprovar que o homem é esquizofrênico para solicitar que seu cliente responda às acusações em uma unidade de saúde.