Homem diz que matou morador de rua em SP por furto de R$ 10 mil
Resumo da notícia
- Suspeito do crime é um morador de rua de 49 anos identificado como Buiú
- Segundo a polícia, ele confessou ter ateado fogo com intenção de matar a vítima
- O suspeito disse que a vítima furtou R$ 10 mil dele, mas a polícia contesta a versão
Um homem, identificado pela Polícia Civil como Buiú, de 49 anos, afirmou ter ateado fogo em um morador de rua, com a intenção de matá-lo, na Mooca, zona leste de São Paulo, sob a justificativa de que a vítima furtou R$ 10 mil dele. A versão é contestada pela polícia, que segue investigando o crime ocorrido na madrugada de domingo (5).
De acordo com a polícia, a versão é frágil porque dificilmente um morador de rua, como também era o suspeito do crime, teria essa quantia. Buiú vivia nas ruas de São Paulo há 25 anos. Carlos Roberto Vieira da Silva, 39, a vítima, também morava na rua pelo mesmo período. A polícia não divulgou a identidade completa do suspeito de ser o autor do crime sob a justificativa de que poderia ser penalizada com a Lei do Abuso de Autoridade.
"Ele [suspeito] afirmou que cometeu esse ato porque tinha uma desavença com a vítima. Ele confessou. Foi reconhecido por uma pessoa que viu as imagens. Foi preso na região do Cambuci", afirmou a delegada Silvana Sentieri Françolin, titular do 18º DP (Distrito Policial), no Alto da Mooca, onde corre a investigação. "Tendo em vista a identificação e declaração dele, deve ser denunciado por homicídio doloso", complementou.
O delegado Helio Bressan, da seccional de São Mateus, afirmou que "a vítima teria furtado uma certa quantia em dinheiro. Mas estamos apurando por que seria R$ 10 mil. Disse que era de uma poupança que ele tinha. Não é uma justificativa que nos convence porque um morador de rua dificilmente teria essa quantia".
Buiú foi detido na região central, na madrugada de hoje, e, segundo a polícia, não apresentou nenhuma resistência à prisão. Ele tinha apenas um chamuscado na cabeça e prestava depoimento, no 18º DP, onde está detido, até o fim da manhã de hoje.
O crime
Imagens de câmeras de segurança da região registraram o momento em que uma pessoa se aproxima de Carlos Roberto Vieira da Silva e joga algum tipo de substância líquida sobre a vítima. Em seguida, uma explosão acontece e o suspeito do ataque foge.
Silva, que estava dormindo no momento do crime, chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros ainda com vida. Ele foi internado no Hospital Municipal Doutor Carmino Caricchio, mais conhecido como Hospital do Tatuapé, mas não resistiu às queimaduras e morreu no mesmo dia.
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou a morte ontem e informou, por meio de nota, que o corpo de Carlos foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal). Um recipiente encontrado no local foi encaminhado para a perícia, que ainda analisa a evidência.
Segundo o delegado Glauco Vinicius Silva, as investigações indicam se tratar de um tipo de combustível comercializado em postos, como gasolina ou etanol. "O laudo confirmando [a substância utilizada no ataque], a gente vai atrás de onde ele comprou esse combustível também."
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