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Reinaldo: "Preto e pobre não têm habeas corpus. Polícia pisa na cabeça"

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/07/2020 15h40

O jornalista Reinaldo Azevedo criticou a atuação da polícia e Justiça brasileira em relação à população pobre e negra. O colunista do UOL participou da estreia do "OtaLab", programa apresentado por Otaviano Costa, e falou sobre o atual cenário durante o quadro "Nuvem de Notícias".

"Preto e pobre não costuma ter habeas corpus, nem na rua. Polícia pisa na cabeça de mulher negra, é fácil pisar na cabeça de mulher negra. E é difícil pisar na cabeça do homem branco. Acho que não se deve pisar na cabeça nem da mulher negra e nem do homem branco", disse.

O comentário foi uma referência ao episódio do policial militar que pisou no pescoço de uma comerciante negra de 51 anos durante uma abordagem.

'O que está em curso no Brasil é um genocídio'

Reinaldo Azevedo ainda falou sobre o atual cenário da pandemia de coronavírus e falou que "o que está em curso no Brasil é um genocídio".

"Você tem uma polícia deliberada do Ministério da Saúde, que não libera recursos. Até ontem, dos 40 bilhões de reais que o Eduardo Pazuello tinha para gastar, ele gastou 12 bilhões, menos de 25%. Este governo liberou o protocola da cloroquina. Com 80 mil mortos, que devemos chegar no fim de semana, este governo criou um único hospital de campanha no Brasil inteiro", disse.

O jornalista ainda destacou que dos mortos pelo coronavírus são predominantemente negros e pobres. "Esse governo vai ter que arcar com isso (...) Transformaram o Ministério da Saúde em um quartel. General não foi feito para cuidar da saúde, foi feito para cuidar de guerra. Ele [Eduardo Pazuello] é o homem errado, no lugar errado, na hora errada e com ideias erradas."

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Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado na transcrição da fala de Reinaldo Azevedo, o colunista disse que o Ministério da Saúde tem 40 bilhões de reais em recursos para o combate ao coronavírus, e não 40 milhões reais. O erro foi corrigido.