PMs são presos suspeitos de matar jovem em SP; juiz diz que eles mentiram
Dois policiais militares suspeitos de atirar e matar um jovem de 19 anos no dia 9 de agosto, perto do Parque Bristol, na zona sul de São Paulo, foram presos ontem pela Corregedoria da PM. A decisão foi do TJM-SP (Tribunal de Justiça Militar de São Paulo).
O juiz Ronaldo João Roth entendeu que os policiais mentiram no depoimento e que as imagens captadas por câmeras de segurança também contradizem a versão dos agentes. Além disso, eles não socorreram a vítima, atingida por um tiro.
Ao UOL, o TJM-SP informou que ainda hoje será realizada uma audiência de custódia onde os acusados responderão a perguntas "sobre o tratamento recebido no ato da prisão, podendo os defensores requererem a soltura de seus clientes".
Rogério Ferreira da Silva Junior, 19, tinha saído de moto para comemorar o seu aniversário. Ele foi abordado por dois policiais em uma rua vazia. No boletim policial, os agentes relataram que ocorreu uma perseguição, durante a qual o suspeito teria tentado derrubar uma das motos da patrulha.
Ao ser parado, eles afirmaram que o indivíduo desceu da motocicleta e colocou a mão na cintura, simulando estar armado. Neste momento, um dos policiais disparou contra o homem. O jovem chegou a ser socorrido por pessoas que estavam no local, segundo os policiais, e acabou levado a um pronto-socorro onde morreu.
"Na análise do áudio da comunicação com o COPOM, evidenciou-se que os policiais realizaram comunicação alterando o fato que realmente ocorreu, no que concerne ao acompanhamento policial e disparo realizado contra o civil, e inovaram os fatos alegando terem se deparado com ocorrência de acidente de trânsito, não mencionando haver vítima ferida por disparo de arma de fogo", diz um trecho da decisão do magistrado, divulgada no jornal "Bom Dia Brasil".
Em nota, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que a investigação sobre o caso continua.
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