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PA: Adolescente e jovem somem e pedem socorro em áudio: "Vão matar a gente"

Vitória Cristina da Conceição, 13, que está desaparecida - Arquivo pessoal
Vitória Cristina da Conceição, 13, que está desaparecida Imagem: Arquivo pessoal

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL, em Ponta Grossa (PR)

07/09/2020 18h59Atualizada em 08/09/2020 10h21

A Polícia Civil do Pará investiga o desaparecimento de uma adolescente de 13 anos e de uma jovem de 21 anos, registrado em 2 de setembro. Elas teriam sumido a caminho da praia no distrito de Outeiro, em Belém. Segundo familiares, ambas saíram no fim da tarde e não retornaram mais para casa.

A adolescente Vitória Cristina da Conceição teria ido visitar uma amiga no bairro Brasília e de lá se deslocou até a praia do distrito com uma colega, chamada de Marcela Tayane. Elas haviam se conhecido no dia anterior, por terem uma amiga em comum.

No caminho até a praia, de acordo com a família de Vitória, ambas foram raptadas por homens armados em um carro vermelho. Essa informação consta em um áudio enviado por Marcela ao pai dela e a uma amiga. Ambos já prestaram depoimentos à Polícia Civil, segundo apurou o UOL.

"Marcela estava com o celular escondido e mandou um áudio pedindo socorro, porque homens armados a sequestraram. Ela disse que já tinham apanhado muito. Vitória falava ao fundo: 'Tia, socorro, vão matar a gente'. Acho que pegaram este celular [depois disso] porque não tivemos mais contato", relatou Jaqueline Carvalho, 40, uma das tutoras da adolescente. O UOL não conseguiu localizar os parentes de Marcela.

No dia seguinte ao desaparecimento, segundo a família de Vitória, o localizador do celular de Marcela apontou para uma chácara em um bairro diferente de onde desapareceram.

A Polícia Militar foi ao local em duas ocasiões. Na primeira, em 3 de setembro, a equipe permaneceu horas na frente do sítio à espera de alguma movimentação suspeita. Eles retornaram no dia seguinte com um mandado expedido pela Justiça, autorizando a entrada no imóvel, mas nada foi encontrado.

"Os vizinhos contaram que viram esse carro passar e ouviram as meninas gritando dentro. Também teriam escutado gritos dentro desta chácara", disse a tia, que compareceu na ação policial no sítio.

De acordo com a família de Vitória, a adolescente não tem envolvimento com atos infracionais. Evangélica, ela mora com as tias e avó materna. A mãe passa por tratamento de esquizofrenia e o pai não manteve mais contato após o nascimento.

"Somos humilde, mas de bem. Estamos todos na igreja e não temos envolvimento com nada de errado. A Vitória não era nem de sair sem pedir permissão para a gente. Essa amiga insistiu que a Vitória a acompanhasse até a praia. Nisso, não retornou mais para casa. Queremos as duas vivas", afirmou Carvalho.

A Polícia Militar do Pará confirmou hoje que encontrou a adolescente e a jovem em uma casa no bairro Levilandia, em Ananindeua, região metropolitana de Belém. As equipes localizaram as duas no fim da noite de ontem após uma denúncia anônima indicando o paradeiro das duas.

Ambas estavam acompanhadas de um homem, de identidade não revelada. Ainda é desconhecida a relação entre eles. A adolescente e a jovem não apresentavam sinais aparentes de ferimentos, mas foram encaminhadas ao Instituto Médico Legal (IML) para realizarem exame de corpo de delito. O caso segue em apuração pela Delegacia de Investigação de Homicídios e Desaparecidos de Belém.

"As investigações continuam porque como existem dois maiores de idade e uma adolescente. Pode ser que exista a possibilidade de aliciamento dessa menor", explicou o tenente-coronel Jorge Vasconcelos.

A família de Vitória também confirmou que a menina apareceu, mas não deu detalhes.