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PR: Menino que negociou casa por R$ 50 ganha vaquinha e bate meta em 24 h

João Bernardo, de 9 anos, tentou comprar uma casa para a família Imagem: Arquivo Pessoal

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL, em Ponta Grossa (PR)

01/10/2020 19h47

A inocência de João Bernardo, de 9 anos, fez o sonho de ter a casa própria virar realidade. Morador do Paraná, ele viralizou nas redes sociais ao tentar negociar escondido da mãe por um aplicativo de compra e venda uma casa de R$ 110 mil em Sergipe, com parcelas de R$ 50. A intenção do garoto era ajudá-la a sair do aluguel.

A moradia — que virou uma preocupação da criança após a morte do pai - se concretizou após uma vaquinha virtual arrecadar R$ 160 mil para a compra da casa própria. A meta foi alcançada em apenas 24 horas, o que não deu nem tempo de a família assimilar a mudança de vida.

"Não estou conseguindo ainda nem achar palavras para explicar. A ficha vai demorar a cair. Estou bem alvoroçada e até passei mal", contou a diarista Daiane Campiolo, de 38 anos.

Enquanto a mãe se recupera da surpresa, João Bernardo e o irmão Kauan Gautman, de 20 anos, já estão até procurando uma casa para morar. O lugar onde estão pesquisando não poderia ser outro, o mesmo aplicativo que o garoto negociou a casa de Sergipe. Mudar de Maringá, aliás, não está nos planos da família.

"Já estão planejando, vendo uma casa aqui e outra ali. Para Sergipe, vamos apenas se for para passear porque não dá para sair de Maringá. Nossa família é toda daqui e possuímos uma vida na cidade, mas temos vontade agora de conhecer depois de tudo isso", comentou.

Sem aluguel, agora João ganhará presentes

Daiane tem a única renda casa, mas sem um valor fixo, pois atua como diarista. Com o aluguel de R$ 600, recebe ajuda de familiares e amigos no sustento. Agora, sem a preocupação com o valor mensal da moradia, sobrará dinheiro para pequenos desejos da família.

"Ele nunca pediu nada para mim, porque sempre se preocupou com o aluguel e isso o impedia de ganhar alguma coisa. Agora, ele me perguntou se poderá ganhar algum presente se sobrar um valor da casa", disse a diarista.

Aluguel virou preocupação após morte do pai

Segundo Daiana, João aprendeu a mexer no aplicativo de compra e venda depois que decidiu se desfazer de um jogo de videogame. Com a morte do pai, em maio de 2019, o garoto teria passado a se preocupar com o aluguel da casa onde moram e por isso começou a buscar imóveis.

João passa por tratamento psicológico desde a morte do pai. A mãe revelou que ao saber da repercussão, o garoto é pura felicidade e orgulho da fama repentina na internet.

"Há tempos o meu filho tem essa preocupação comigo porque o pai dele faleceu. Ficou com esse negócio de querer se preocupar se vou conseguir pagar o aluguel, mas não sou muito de ficar reclamando, mas mesmo assim se sente como um protetor de mim", comentou a mãe.

Negociação viralizou

A publicação que viralizou é de 8 de setembro, mas tomou proporções na semana passada e conta com mais 6,8 mil compartilhamentos em uma rede social.

"Queria comprar a casa, mas não tenho tanto dinheiro. Então pensei: e se eu te desse R$ 50 por mês até juntar R$ 110 mil? É que gostaria de morar eu, minha mãe e meu irmão porque que a nossa casa é muito pequena", escreveu o garoto nas mensagens. Ele ainda complementa que o lugar onde moram é movimentado, o que se torna um perigo para o cachorro da família.

O vendedor no anúncio nega a oferta de pagamento. O garoto mostra compreensivo e depois se desculpa pelo incômodo. "Está bem. Acho que não vai dar mesmo para eu ir, porque a casa é em Sergipe e eu moro em Maringá".

Daiana conta que precisou mandar uma mensagem ao vendedor pedindo desculpas e esclarecendo que era o filho no chat. Em razão de João se inspirar no irmão mais velho, que cursa duas graduações, o garoto adora estudar, o que fez o vendedor imaginar que estivesse conversando com um adulto.

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