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PB: Professor da UFCG faz comentário machista; universidade vai apurar caso

O campus da UFCG, na Paraíba Imagem: Site oficial

Colaboração para o UOL, em João Pessoa

12/10/2020 13h31

Um professor universitário do curso de engenharia elétrica, que atua na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), em Campina Grande (PB), causou polêmica ao fazer comentário machista nas redes sociais. A colocação do professor causou reações de grupos feministas e de instituições que defendem a igualdade de gênero. A UFCG, em nota, repudiou o posicionamento do professor e disse que vai apurar o caso. Ele, por sua vez, restringiu o perfil nas redes. O professor não foi localizado nem se retratou sobre as palavras até o momento.

Em um comentário em seu perfil no Facebook, o professor, identificado como Francisco das Chagas Fernandes Guerra, escreveu: "Quem vai fazer os trabalhos mais pesados, perigosos e insalubres? Homi ou muié? Quem vai construir pontes, arranha-céus, estradas, represas, cultivar plantações, explorar minas subterrâneas, poços de petróleo, o carai, cacete? Ai ficam essas quengas latindo e reclamando o tempo todo. Então vai, porra!!! Assume essa merda ai. Sustenta a casa, porra!!! Eu fico cuidando dos menino em casa, fazendo a comida e te esperando de pomba dura à noite. Topas?"(sic).

A reação foi imediata. No sábado (10), movimentos de luta contra o machismo se posicionaram rechaçando a atitude do professor. Ontem, a Assembleia Legislativa da Paraíba emitiu nota de repúdio através da Comissão dos Direitos da Mulher e da Comissão Parlamentar de Inquérito do Feminicídio. Trecho da nota destacou: "O comentário repudiado revela, além do obscurantismo histórico e político forjado pelo patriarcado, a objetificação da mulher e a violência preponderante nas mentes dos que ainda não conseguiram se emancipar, nem minimamente, do machismo. Ademais, desconsidera o trabalho como um fazer coletivo, na atividade doméstica e não doméstica, remunerada e não remunerada.

Em nota, a UFCG se pronunciou sobre o caso e disse que será aberta uma sindicância para apurar o caso, que será matéria de análise também pela Comissão de Ética da instituição. A UFCG destacou ainda que "convive com as mais variadas posturas políticas, ideológicas, culturais e religiosas, esperando de toda a sua comunidade acadêmica uma harmoniosa convivência democrática em que as diferenças são respeitadas". Destacou ainda que o respeito às diferenças "não dá lugar a nenhuma forma de manifestação racista, sexista ou alguma forma outra de apontamento preconceituoso contra qualquer coletivo".

A Universidade frisou que "manifesta o repúdio a qualquer expressão de preconceito e de ataque aos inegociáveis princípios dos direitos humanos, notadamente àquelas recentes manifestações, registradas em rede social, por docente da instituição, que se mostrou desrespeitoso na convivência com as diferenças". A nota foi assinada pelo reitor da instituição, Vicemário Simões, pelo diretor do centro de Engenharia Elétrica e de Informática, Jorge César Abrantes de Figueiredo, e pelo coordenador administrativo da unidade acadêmica de Engenharia Elétrica, Leocarlos Bezerra da Silva Lima.

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