Jovens ignoram covid-19 e lotam bares em SP: 'A gente já meteu o louco'
A decisão de fechar os bares a partir das 20h, vigente a partir deste fim de semana em São Paulo, não evitou que grupos se aglomerassem em locais badalados da capital, como o Largo da Batata, em Pinheiros.
Por volta das 20h30 de hoje, havia intensa aglomeração nos arredores da rua Guaicuí, que concentra bares como Pitico e Cu do Padre.
"A gente já está metendo o louco", afirmou Larissa, 26, que estava com o namorado e um amigo em frente ao bar Pitico.
Os bares desceram as portas às 20h, mas quem já estava sentado nas mesas pôde permanecer dentro dos estabelecimentos. Na porta do Pitico, havia música ao vivo, grupos de jovens bebendo e dançando e até venda de "brigaconha" — brigadeiro com maconha.
Leandro, 29, afirmou que só estava saindo para "o essencial", mas foi desmentido pela namorada. "É mentira, ele está saindo sim". "Infelizmente eu estou aqui, mas não era para estar", disse.
O amigo Lucas, 29, afirma que tem feito o possível para proteger a mãe, que é de grupo de risco. Sempre que sai, diz, ele faz uma quarentena de 15 dias na casa do amigo.
"As pessoas estão cansadas. Começou essa birosca dia 15 de março. Já é 12 de dezembro, ninguém aguenta mais", desabafou.
Sem máscara, o bancário Thiago, 29, afirmou que só ficaria em casa se tivesse que pagar uma multa.
"Para mim não faz sentido deixar todo mundo se aglomerar até as 20h e ir para casa depois de beber. Acredito que só vão conseguir deixar todo mundo em casa se fizer algo radical, se tiver que pagar multa. Se tivesse multa, eu ficaria em casa", afirmou.
O amigo Francisco, 28, também sem máscara, afirmou que tinha feito o teste hoje e deu negativo. "Não estou com medo. É o covid que tem que ter medo de mim", afirmou o profissional de e-commerce.
Já a esteticista Priscilla, 25, acredita ser imune ao vírus por ter o tipo sanguíneo A+, o que não é verdade. "Não tenho medo. Dizem que A+ não pega e eu sou A+", disse.
Por volta das 21h30, ainda havia aglomeração na região. No Largo da Batata, alguns estabelecimentos permaneceram abertos, mas sem vender bebida alcoólica. Os frequentadores compravam bebidas em mercados na região ou traziam de casa e se reuniam na praça para dançar.
Brasil tem nono dia de alta em mortes por covid
O Brasil registrou 690 novos óbitos causados pela covid-19 neste sábado e chegou a nove dias com tendência de alta na média móvel de mortes. Foram 643 óbitos em média nos últimos sete dias, o que representa uma variação de 23% na comparação com 14 dias atrás. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.
Ao todo, o país já registra 181.143 óbitos causados pela doença desde o início da pandemia. Houve 44.282 novos casos da doença de ontem para hoje em todo o país. Desde o começo da pandemia, já são 6.880.595 testes positivos para o novo coronavírus.
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