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Organização criminosa do RJ movimentou R$ 220 milhões, diz MP

Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro fez denúncia - Alziro Xavier/MP-RJ
Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro fez denúncia Imagem: Alziro Xavier/MP-RJ

Colaboração para o UOL

18/12/2020 10h11

O MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro), por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), denunciou 29 pessoas que seriam participantes de uma grande organização criminosa. Eles são suspeitos de lavagem de dinheiro do tráfico e teriam movimentado R$ 220 milhões em operações atípicas e suspeitas, entre 2014 e 2019.

Hoje as Polícias Civis dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul realizaram a Operação Shark Attack, para prender os denunciados pelo esquema ilegal. Foram expedidos mandados de prisão preventiva contra os denunciados.De acordo com a denúncia do MP, o grupo é ligado às facções criminosas.

A denúncia foi instruída por inquérito policial instaurado em janeiro de 2019 pela 19ª Delegacia de Polícia, na Tijuca. A partir de um depósito bancário realizado por um dos integrantes do esquema, as investigações apontaram o estabelecimento de uma organização criminosa destinada a lavar valores oriundos da atividade ilícita do tráfico de drogas, de forma a ocultar e dissimular a sua origem ilegal.

A partir do primeiro depósito, percebeu-se que diversas contas eram utilizadas para destinar valores muito superiores às capacidades econômicas dos depositantes, restando claro que o faziam em favor de terceiros, notadamente integrantes da cúpula das facções criminosas.

Foram identificados, em cada uma das fases das diligências, novos integrantes do grupo criminoso, tanto nas origens, locais de prática dos crimes antecedentes, quanto nos destinos, locais para os quais eram destinados os valores provenientes do tráfico.

Na cidade do Rio de Janeiro foram identificados os depositantes do dinheiro do tráfico nas contas de pessoas jurídicas situadas em Curitiba e Ribeirão Preto. Estas pessoas têm em comum o fato de residirem em áreas próximas ou no interior de comunidades dominadas por facções criminosas ou, ainda, terem passagens anteriores ou ligações familiares com pessoas ligadas à tal atividade ilícita, além de serem de confiança dos chefes, participando ativamente de atos de lavagem de capitais auferidos com o crime.

Na outra ponta, compondo empresas de fachada, ou as dirigindo informalmente, em outros estados da federação, foram identificados os integrantes da organização criminosa propriamente dita, composta pelos polos "chefia", societário" ou laranja". Alguns posavam como empresários ou fazendeiros bem sucedidos. Entre eles está um um ex-prefeito de um distrito paraguaio (Nueva Toledo - Caaguazú).

A denúncia do MP pediu a fixação do valor mínimo para a indenização em favor do estado do Rio de Janeiro no montante de R$ 1.165.570,00, correspondente ao total dos depósitos realizados em agências de instituições financeiras localizadas na cidade do Rio de Janeiro. Também foram pedidas outras medidas cautelares, de modo a desapossar os denunciados de valores, direitos e bens que sejam instrumento, produto ou proveito dos crimes de lavagem ou das infrações penais antecedentes.