Prefeitura do Rio decide interditar toda a orla da cidade no Réveillon
Após o anúncio do fechamento do bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, para a noite de Réveillon, a Prefeitura decidiu hoje que toda a orla do município será interditada. O objetivo é evitar aglomerações na virada do ano, como explicou ao UOL o prefeito em exercício, Jorge Felippe (DEM).
"O Réveillon carioca é uma velha tradição onde as pessoas estão acostumadas a ir para a orla marítima da cidade. Nós estamos muito temerosos de que essas aglomerações permaneçam e para evitar que ocorram danos maiores à saúde da população, nós estamos adotando algumas restrições para impedir que as pessoas se dirijam para a orla. Estamos providenciando a proibição de estacionamento a partir de 1 minuto do dia 31, vamos estabelecer barreiras de fiscalização para ônibus e vans, que venham de cidades limítrofes, e o metrô irá funcionar até às 20h. Os quiosques estão proibidos de fazer cercadinhos e realizar qualquer tipo de evento. Na areia está proibido ambulante fixo", disse Jorge Felippe.
Entre as determinações está a instalação de cerca de 40 pontos de bloqueios para evitar que a população vá para a praia. Do total, 18 barricadas estarão presentes nos acessos para os bairros de Ipanema e Leblon, na zona sul, e 13 na Barra da Tijuca, na zona oeste. Moradores das regiões afetadas pelas interdições precisarão apresentar comprovante de residência para passar pelos bloqueios.
Além destas proibições, o MetrôRio informou que, conforme determinação do Governo do Estado do Rio de Janeiro, no dia 31, todas as estações das linhas 1, 2 e 4 vão abrir às 5h da manhã e a operação se encerrará às 20h. No dia 1º de janeiro, o metrô volta a funcionar às 7h.
Fechamento de Copacabana
Na semana passada, na quarta-feira (23), a prefeitura já havia anunciado o "isolamento" de Copacabana durante o Réveillon para evitar aglomerações. Só moradores poderão circular pelo bairro da zona sul fluminense. A decisão foi tomada após uma reunião de Jorge Felippe com o governador em exercício Cláudia Castro (PSC), que foi quem propôs o fechamento do bairro.
Veja o que está proibido e o que será bloqueado na noite de Ano Novo:
- Bloqueio de estacionamento na orla e ruas internas de Botafogo, Copacabana, Ipanema, Leblon, São Conrado, Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, e na Lagoa, apenas as vagas da concessionária privada estarão liberadas, a partir da meia-noite do dia 31;
- Bloqueio da circulação de transporte público para acesso a Copacabana e Barra da Tijuca a partir das 20 horas do dia 31/12;
- Barreira de fiscalização nos limites do município para não permitir acesso de ônibus, micro-ônibus e vans de fretamento à cidade do Rio de Janeiro a partir do primeiro minuto do dia 31/12 até às 6h do dia 1/01;
- Quiosques poderão funcionar desde que sem venda de ingressos, shows, instrumentos sonoros e sem cercados;
- O uso de equipamentos de som será proibido em toda a extensão da orla a partir da 0h do dia 31/12 até às 6h do dia 1/01;
- A permanência de barraqueiro em ponto fixo, tanto na areia da praia quanto no calçadão, ficará proibida das 0h do dia 31/12 às 6h do dia 1/01;
- Proibida queima de fogos em toda a orla da cidade, incluindo rede hoteleira, desde às 0h do dia 31/12 até às 7h do dia 1/01.
Flávio Graça é questionado sobre eventos privados
Durante uma coletiva realizada hoje no Palácio da Cidade, em Botafogo, na zona sul, o superintendente de Vigilância Sanitária, Flávio Graça, foi questionado a respeito dos chamados eventos privados.
"Ficará suspensa a concessão de autorizações e licenças pelos órgãos municipais competentes para a realização de qualquer evento de entretenimento até as 6h do dia 1º de 2021. Isso significa que estarão permitidos os eventos apenas nos estabelecimentos que já possuem essa atividade prevista no seu alvará, como casas de shows e hotéis. Os estabelecimentos que não possuem essa atividade precisariam pedir uma licença transitória e essa licença não será liberada da publicação do decreto até o dia 1º de janeiro de 2021. Isso inclui os quiosques que poderão exercer as atividades que estão previstas em seu alvará, mas está vedada a música ao vivo", disse Graça.
"A Vigilância Sanitária trabalha mitigando o risco e de acordo com os nossos relatórios, com as nossas observações, até hoje, os eventos realizados dentro de hotéis tem respeitado o limite previsto pela resolução, tem respeitado o protocolo previsto para essas atividades, assim como os restaurantes. Eles serão fiscalizados e sofrerão sanções caso desrespeitem essas legislações publicadas", acrescentou.
Para aqueles que já compraram ingresso para alguma festa em um hotel, por exemplo, que fique na orla, a Prefeitura informou que o estabelecimento precisará imprimir um comprovante informando que a pessoa pagou pela festa e o mesmo precisará ser apresentado nos pontos de bloqueio para que se possa entrar na área isolada.
"Caso esses eventos ocorram [os não autorizados] eles estarão ocorrendo de forma ilegal e as pessoas responsáveis serão infracionadas e a multa é gravíssima. Ela está em torno de R$ 15 mil sendo que a pessoa pode receber mais de uma multa - uma por aglomeração, outra pela falta do uso de máscara, por exemplo - podendo chegar a mais de R$ 30 mil. A Vigilância Sanitária está fazendo uma busca em evento que estão sendo anunciados as compras de ingresso, estamos identificando os organizadores desses eventos não autorizados, eles estão comparecendo na Vigilância Sanitária e estão recebendo advertência por escrito sob o risco de todas as sanções que eles irão receber caso o evento ocorra", finalizou Graça.
O secretário municipal de Ordem Pública, Alessandro Carracena, também esteve presente na coletiva e explicou como irá funcionar a fiscalização na orla municipal.
"Aquelas pessoas que insistirem em desobedecer as determinações por parte dos fiscais que estarão atuando no momento, além de sofrerem as multas pessoais, poderão eventualmente ser conduzidos para a delegacia. Esse não é o objetivo da Prefeitura, mas por isso estamos aqui pedindo para que as pessoas se conscientizem. Todas as multas que foram aplicadas no curso da pandemia ainda encontram-se em cobrança. Empregaremos o máximo de nossa força e firmamos parceria com a Polícia Militar e com a Polícia Rodoviária Federal. Nós já temos mapeados através do COR [Centro de Operações Rio] os pontos de maior aglomeração, então os comboios atuarão nesses pontos. Com esses comboios nós iremos orientar as pessoas a saírem da areia. De maneira nenhuma iremos permitir que aja fixação de ponto com aglomeração de pessoas na praia", disse Carracena.
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