Mensagem racista a entregador foi de perfil fake de fora de GO, diz polícia
A Polícia Civil do Goiás concluiu que a mensagem racista contra um entregador de aplicativo em Goiânia foi enviada por um perfil falso, de outro estado, mas não revelou qual.
Segundo a delegada Sabrina Leles, titular da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos, diligências ainda são realizadas para apurar a autoria, mas a localização do GPS do usuário não é de Goiás. A informação foi divulgada no último dia 29 de dezembro.
"A polícia trabalha ainda na individualização da conduta delitiva. Até o momento, as diligências efetuadas, inclusive com representações judiciais, certificaram que a mensagem foi enviada por um fake, e o inquérito será finalizado no momento oportuno", explicou.
Ainda de acordo com a investigação, os dados de nome, e-mail, endereço e números de documentos de identificação usados para criar a conta são todos falsos, e o CPF informado no cadastro pertence a uma criança de apenas três anos de idade.
O caso ocorreu na noite do dia 25 de outubro. O entregador Elson de Oliveira, de 39 anos, não teve a entrada liberada no condomínio. Ele não tinha o endereço completo do suposto cliente e ao solicitar mais informações, através da gerente da hamburgueria para a qual trabalha, recebeu a mensagem "esse preto não vai entrar no meu condomínio".
A conversa foi feita pelo chat do aplicativo. O texto ainda pedia outro entregador, que fosse branco, e finalizava com a frase "eu não vou permitir esse macaco".
Após a divulgação que o perfil é falso e de outro estado, o condomínio se posicionou através de nota, afirmando que "depois de ser duramente pré-julgado após o episódio, celebra que a verdade dos fatos esteja aparecendo."
A nota diz ainda que, na semana do caso, a administração do residencial já havia identificado em seu sistema interno de cadastro que os dados do autor do crime, fornecidos pela polícia, não eram de nenhum morador, prestador de serviço ou visitante.
"A elucidação dos fatos é motivo de satisfação, reforço na confiança nas autoridades e na expectativa de que a justiça está sendo feita e que a verdade prevalecerá. O respeito a todas as pessoas, independente de credo, gênero ou raça, é princípio de toda a comunidade que vive no residencial, cuja administração prontamente se colocou à disposição das autoridades para investigação desde o primeiro momento, justamente por não compactuar com o crime de racismo", finaliza.
O UOL procurou o entregador, na tarde de hoje, para comentar a novidade no caso, mas as ligações não foram atendidas.
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