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PR: Homem mata mulher e usa dinheiro da vítima com amante, diz polícia

Ana Paula Proença e o marido Adriano Meinster - Reprodução
Ana Paula Proença e o marido Adriano Meinster Imagem: Reprodução

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL, em Macapá (AP)

05/01/2021 14h36

A Polícia Civil do Paraná investiga o assassinato da assistente administrativo Ana Paula Proença, de 26 anos, encontrada morta e enterrada no quintal de casa, em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba (PR). O marido dela, o vigilante Adriano Meinster, de 36, está preso preventivamente desde anteontem.

Após matar a esposa, ele teria usado o cartão de crédito da vítima para viajar com uma amante e o filho de 2 anos para o litoral de Santa Catarina, diz a polícia. A defesa confirma a autoria do crime, mas nega o uso do dinheiro da esposa na viagem.

Segundo a investigação, após o crime, cometido em 20 de dezembro, o suspeito se dirigiu horas depois para Itapoá (SC), onde passou as festas de fim de ano ao lado de uma suposta amante. A Polícia Civil suspeita de que o marido usou o dinheiro da vítima para bancar a ostentação.

O homem ainda teria usado R$ 2 mil no cartão de crédito da vítima após o crime. Preliminarmente, a Polícia Civil descarta a participação da suposta amante no crime.

A frieza do suspeito surpreendeu os investigadores, pois o homem ainda usou o celular da esposa para conversar com os familiares dela a fim de que não desconfiassem do sumiço.

"A gente tem alguns comprovantes de despesas do cartão, e um deles é de R$ 2 mil, e ainda vamos contabilizar o restante com as informações a serem repassadas pelo banco. É muita frieza e dissimulação, pois ele chegou até a publicar nas redes sociais sobre o desaparecimento da esposa, sendo que ele havia matado", comentou o delegado Ademair da Cruz, que coordena o caso.

"Isso ainda carece de comprovação nos autos. São suspeitas de que ainda não estão comprovadas", contestou o advogado Cláudio Dalledone Júnior, que defende o suspeito.

Homem enterrou esposa no quintal

De acordo com o delegado, o assassinato aconteceu em 20 de dezembro. Ana Paula e Adriano estavam juntos há sete anos e iniciaram uma discussão após a mulher ver mensagens extraconjugais do marido no celular dele. Ela teria pegado uma faca para atacá-lo. O vigilante revidou com um golpe de chave de braço, causando asfixia.

Depois de constatar a morte da esposa, o suspeito enterrou o corpo no quintal de casa, em uma cova rasa. Ele teria usado concreto na cabeça dela e cal no restante do corpo para impedir que o odor fosse notado logo em seguida.

A família registrou o desaparecimento em 21 de dezembro. Depois de coletar provas, a Polícia Civil conseguiu na Justiça um mandado de prisão preventiva contra Adriano, detido no domingo (3), na chácara dos pais, em Mandirituba, no Paraná. Ele indicou o local do corpo e confessou o crime.

De acordo com a Polícia Civil, o homem deverá ser indiciado por homicídio, com qualificação de emprego de asfixia e feminicídio; ocultação de cadáver por ter enterrado o corpo; e fraude processual ao apagar as imagens das câmeras de segurança da casa e ao usar o celular da vítima para conversar com familiares dela.

O homem ainda pode responder por estelionato por usar o dinheiro da vítima na viagem com a amante.

"Ato de desespero", diz defesa

O advogado Cláudio Dalledone Júnior, que defende Adriano, afirmou ao UOL que o suspeito confessou o crime por não aguentar mais ter para si a informação, e que indicou o local do cadáver por contra própria.

Ele também diz que não foi um crime planejado.

"O casamento já vinha de um desgaste depois de sete anos juntos e dormindo em quartos separados. A mulher investiu contra ele, o que o fez perder o limite da força empregada, ceifando a vida dela. Em ato de desespero, cavou um buraco e acabou ocultado o cadáver. Não existia nenhum planejamento do crime", acentua.