Professor faz amizade com Tião, um jacaré de 1,5 m: 'Só chamar que ele vem'
A amizade do professor e mestre em psicologia Aldecino José com um jacaré-tinga de 1,5 metro tem chamado a atenção dos moradores de Rio Branco, no Acre. O professor tem o costume de pescar na lagoa do Conjunto Universitário, onde conheceu o animal que foi batizado por ele de Tião.
Apesar de a amizade ter repercutido apenas agora na internet, Aldecino conta que a relação de confiança entre humano e animal já vem sendo construída há cerca de cinco anos, desde que ele foi morar na região.
"Com a limpeza do lago, os moradores decidiram colocar peixes para pescar e o Tião, ainda pequeno, começou a se aproximar durante essas pescarias. No começo ele ficava distante e eu colocava o peixe no anzol, só há cerca de dois anos que ele começou a subir na calçada da margem, permitindo que eu passe a mão na cabeça dele", contou o professor, ao UOL.
O professor afirma que agora o jacaré já reconhece a sua voz e, apesar de não ser o único jacaré que vive no lago, o professor consegue também identificá-lo pelo tamanho, que chega a 1,5 metro de comprimento.
"É só chamar que ele vem, ele já reconhece a minha voz. Ele também é o maior jacaré que vive no lago, então eu consigo reconhecê-lo com facilidade. Quando o lago está seco, ele vai para um igarapé próximo, às vezes some por semanas, mas sempre retorna", relatou.
Além de Aldecino, o jacaré Tião também tem uma relação de respeito mútuo com Mora, a cachorrinha do professor, que também visita frequentemente o lago.
"Sempre levo ela comigo, e eles nunca se estranharam. Durante a semana a gente vai pelo menos umas três vezes ao lago, mesmo quando não dá tempo de pescar, vou pelo menos para alimentá-lo com restos e miúdos de frango, já que a espécie se alimenta de aves e peixes", explicou.
Respeito à natureza
O biólogo Fernando Nobre explica que a relação entre o professor e o jacaré é praticamente um adestramento do animal. Como ele é alimentado pelo professor desde pequeno, ele associa o humano a recompensa.
"Como não há hostilidade por parte do professor, o convívio passa a ser tolerado. Mas não é aconselhável a adoção de animais selvagens para tratá-los como animais de estimação, pois vai contra a natureza deles e subtrai um agente com função ecológica", esclarece o especialista.
Apesar da relação de confiança entre humano e animal, o professor conta que respeita o espaço e os instintos do jacaré, e não aconselha que outras pessoas se aproximem muito do bicho.
"Mesmo com essa relação, às vezes ainda tenho medo de ficar muito perto, até passo a mão, faço um carinho, mas respeito o espaço dele, porque ele tem instinto, é um animal e pode ser perigoso", afirmou o professor.
Ele também considera importante que a relação de amizade entre ele e o animal seja divulgada, para mostrar a possibilidade de viver em harmonia, respeitando o habitat natural dos animais.
"Eu não criei o Tião, ele é da natureza, e é importante que as pessoas vejam que é possível viver em harmonia com a natureza, respeitando o espaço desses animais", concluiu.
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