Manifestantes denunciam agressão da PM em ato do Movimento Passe Livre

Duas pessoas denunciaram terem sido agredidas com cassetetes pela PM hoje durante uma manifestação do Movimento Passe Livre. O protesto pedia a volta da gratuidade para idosos entre 60 e 64 anos nos transportes coletivos da cidade de São Paulo.

Os manifestantes registraram BO no 1º DP (Distrito Policial), na Sé, e foram encaminhados para o IML (Instituto Médico Legal) onde fizeram exame de corpo de delito.

A manifestação começou por volta das 17h e foi interrompida uma hora depois pela PM (Polícia Militar). Segundo relatos, o ato acontecia de maneira pacífica quando a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

O MPL, organizador do evento, divulgou uma nota na qual afirma que "as forças policiais encurralaram e agrediram dezenas de manifestantes que bravamente ocuparam a rua".

O ato protestava contra o fim da gratuidade no transporte coletivo para pessoas que têm entre 60 e 64 anos de idade. Anunciada no começo do ano, a medida começou a valer na última segunda-feira (1) nos ônibus, trens e metrôs da cidade de São Paulo.

O MPL questionou a justificativa orçamentária para o corte do benefício: "Doria e Covas dizem que não tem dinheiro pra gratuidade dos idosos. Mas pra aumentar o salário do prefeito 46% tem, né? Pra reprimir manifestação em defesas dos/as de baixo também."

Duas pessoas foram detidas no protesto

Além disso, duas meninas foram detidas e levadas para o 2º DP, no Bom Retiro, após a polícia dispersar o ato. Segundo o advogado Arnobio Rocha, da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que as acompanhou na delegacia, elas têm 18 e 17 anos. Rocha também informou que as jovens foram detidas às 18h30 e foram liberadas pouco antes das 23h.

O advogado afirmou que foram registrados boletins de ocorrência por desobediência e desacato. As meninas, no entanto, negam a versão da polícia e afirmam que estavam apenas segurando uma das faixas da manifestação.

Procurada pelo UOL, a Polícia Militar ainda não respondeu aos questionamentos sobre o ocorrido na manifestação.