Brasília está desconectada de Salvador, diz prefeito candidato à reeleição

O prefeito de Salvador e pré-candidato à reeleição, Bruno Reis (União), afirmou que Brasília está desconectada da realidade da capital baiana. Ele participou nesta sexta-feira (21) da sabatina promovida pelo UOL e pelo jornal Folha de S.Paulo.

O que aconteceu

Bruno Reis minimizou a influência de lideranças políticas nacionais na eleição municipal da cidade. Ele afirmou que Brasília está preocupada com outros temas, neste momento, e disse não ver problemas na adesão de seu partido à base do governo Lula (PT).

Todos sabem que nós somos oposição ao PT, ao PT local. Esta decisão foi uma escolha dos deputados, dos senadores que compõem a base de sustentação na Câmara e no Senado do atual governo. Não está nada definido em relação a futuro. Hoje nós temos a candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que é o pré-candidato do partido a presidente. E no futuro é que vai se decidir sobre questão política. Brasília está focada em outros assuntos, em outros temas, às vezes, até desconectada da realidade que vive a minha cidade.

Com muito respeito a todos os líderes nacionais e estaduais, essa é uma escolha das pessoas, que vão poder conhecer cada um dos candidatos, sua história de vida, seus valores e ver quem está mais preparado para cuidar do dia a dia da cidade. Quem vai cuidar do dia a dia das pessoas é o prefeito, com todo respeito ao governador, ao prefeito. Bruno Reis, em sabatina UOL/Folha

Ao ser perguntado sobre suas maiores críticas ao atual governo petista, o prefeito de Salvador citou a falta de segurança e os níveis de pobreza e desemprego no estado da Bahia.

Infelizmente, hoje, a Bahia é o estado campeão da violência. Das dez cidades mais violentas do Brasil, sete estão na Bahia e, infelizmente, Salvador é a nona. Quando a gente vai para a área de desemprego, é o estado campeão nacional do desemprego. Quando a gente vai para as condições de pobreza e extrema pobreza, 50% da população está nesse cenário. Quando a gente vai pra educação, é uma das piores no Brasil.

O Atlas da Violência 2024 —levantamento feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com dados de 2022— coloca Salvador entre as cidades mais violentas do país, com uma taxa de 66,4 homicídios estimados por 100 mil habitantes.

Para Bruno Reis, o principal desafio na área de Segurança Pública é a briga de facções criminosas. Segundo ele, a prefeitura está fazendo "mais do que o possível", para ajudar o Estado, mas é ele quem tem a força policiai para esse tipo de combate.

Qual o maior problema de Salvador hoje na Segurança Pública? A briga de facções nas comunidades para controlar essas áreas. Aqui quem pode enfrentar é o estado, que tem força policial para isso, tem expertise e que é a sua função, tanto a Polícia Militar como a Polícia Civil.

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Bruno Reis deve ter o apoio de pelo menos nove partidos na disputa pela reeleição, tentando manter a hegemonia do grupo político liderado pelo ex-prefeito ACM Neto (União). Ele foi o vice de sua gestão entre 2017 e 2020. Dois partidos desistiram das pré-candidaturas para apoiar a candidatura do atual prefeito: PL e Novo.

Professor e advogado, Reis foi eleito prefeito em 2020, no primeiro turno, ao superar Major Denice (PT) e o Pastor Sargento Isidório (Avante), com 64,20% dos votos. Ele também foi deputado estadual em 2010 e 2014.

Nesta quinta-feira (20), o pré-candidato do PSOL à prefeitura de Salvador, Kleber Rosa, foi entrevistado. O pré-candidato do MDB, o vice-governador da Bahia, Geraldo Junior, foi convidado, mas não confirmou participação.

As sabatinas foram conduzidas pelo jornalista Diego Sarza, com participações dos repórteres André Santana, do UOL, e João Pedro Pitombo, da Folha. O ciclo de entrevistas será realizado com os principais candidatos de 18 cidades do país.

A série foi aberta com pré-candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte: o atual prefeito Fuad Noman (PSD-MG) e o deputado federal Rogério Correia (PT-MG). As sabatinas são realizadas sempre ao vivo, com transmissão pela Internet nos sites e nos perfis das redes sociais do UOL e da Folha de S.Paulo.

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