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Família diz que celular de palmeirense morta está com defesa do marido

Érica Fernandes Ceschini era mãe de gêmeos Imagem: Reprodução/Facebook

Bernardo Tabak

Colaboração para o UOL, no Rio

04/02/2021 12h58

Quatro dias após a morte da empresária palmeirense Érica Fernandes Ceschini, a facadas, na madrugada de domingo (31), o celular da vítima está até hoje em posse da advogada Alessandra Martins Cordeiro, que defende o marido de Érica, o vendedor corintiano Leonardo Ceschini, segundo acusa a família da vítima. Leonardo foi preso em flagrante após confessar ter assassinado a mulher, mãe dos dois filhos gêmeos do casal, de 2 anos, de acordo com a PM (Polícia Militar).

Segundo o Boletim de Ocorrência, ao qual o UOL teve acesso, o motivo da morte foi uma discussão sobre futebol, após os dois voltarem de uma comemoração dela pelo título do Palmeiras da Taça Libertadores da América, na noite de sábado (30) — ele é corintiano.

As fotos realizadas pela perícia da Polícia Civil, às quais o UOL também teve acesso, mostram o celular ao lado do corpo de Érica, na cozinha do apartamento onde o casal morava, no bairro São Domingos, na zona norte de São Paulo.

O advogado Epaminondas Gomes, contratado pela família de Érica para atuar no caso, afirmou que se surpreendeu ao saber que o celular dela não foi periciado, e que a advogada de defesa teria levado o aparelho da cena do crime.

"Causa, no mínimo, estranheza que o celular não tenha sido recolhido pela polícia, quando foi realizada a perícia na cena do crime. As fotos mostram, categoricamente, o celular ao lado do corpo. Mas prefiro não criar juízo de valor, até porque ainda não consegui conversar com o delegado responsável pelo caso", afirmou Gomes.

Procurada pelo UOL, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) se limitou a responder que não tinha nada a acrescentar à nota oficial, enviada à imprensa na segunda-feira (1), que não trata em nenhum momento sobre a perícia, e apenas informa a ocorrência do crime. O Boletim de Ocorrência trata o caso como homicídio qualificado, sem citar feminicídio.

A SSP-SP também não respondeu ao questionamento da reportagem sobre o nome do delegado responsável e a linha de investigação do caso, que é responsabilidade da 33ª DP (Pirituba).

"Quando parentes da Érica chegaram ao prédio em que ela morava com o Leonardo, na manhã de domingo, a advogada de defesa e a família dele já estavam lá. E ela já tinha se apropriado do celular. Apesar dos pedidos dos meus familiares, ela não devolveu o aparelho e disse que iria fazer no 'momento oportuno', à polícia", criticou Rene Luiz Fernandes, tio da vítima.

"Mas, ontem, quando pedimos a ela novamente que o devolvesse, a advogada simplesmente disse que não estava em em posse dele [o celular]", acrescentou Fernandes.

Procurada pelo UOL, a advogada da defesa, Alessandra Martins Cordeiro, não retornou os contatos.

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