PF prende taxistas que ajudavam estrangeiros a entrar ilegalmente no Brasil
Ed Rodrigues
Colaboração para o UOL, no Recife
27/02/2021 17h25
A Polícia Federal prendeu em flagrante quatro taxistas envolvidos no transporte de 27 estrangeiros que tentavam entrar ilegalmente no Brasil. O grupo seguia para Boa Vista, mas foi interceptado na cidade de Bonfim, em Roraima. O município dá acesso à fronteira com a Guiana. Vinte e seis haitianos e um cubano integravam a caravana.
Segundo a PF, informações levantadas pelo Oficialato de Ligação do órgão em Georgetown (Guiana) ajudaram a identificar a travessia que ocorreria pela fronteira em quatro veículos.
Os agentes federais que atuam na unidade avançada de Bonfim foram avisados e montaram uma operação de interceptação do grupo.
"Contamos com o apoio da Força Nacional para montar uma barreira e ficamos no aguardo dos suspeitos", disse um agente que não quis se identificar.
Fronteiras fechadas desde o início da pandemia
A fronteira do país está fechada desde março do ano passado por causa da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com a Polícia Federal, o grupo de estrangeiros tem sete dias para deixar o Brasil. Eles já foram notificados sobre a deportação.
A saída dos 27 estrangeiros obedece o artigo 8º, II, da Portaria nº 652, de 25 de janeiro de 2021. "Fica restringida a entrada no País de estrangeiros de qualquer nacionalidade, por rodovias, por outros meios terrestres ou por transporte aquaviário."
Já os quatro condutores dos táxis, acrescentou a PF, foram autuados por promoção de migração ilegal. Se condenados, podem cumprir até cinco anos de reclusão.
Os motoristas, que não tiveram as identidades divulgadas, já estão à disposição da Justiça na Penitenciária Agrícola Montecristo.
Prisões
Desde o fechamento das fronteiras por causa da pandemia do novo coronavírus, a Polícia Federal realizou 11 operações que impediram a entrada ilegal de estrangeiros no Brasil. No total, cinco pessoas foram presas por envolvimento nesse tipo de facilitação.
A PF acrescentou que as operações se concentram nos estados do Roraima, Acre, Amapá e Rio Grande do Sul e que "existem inúmeros outros modus operandi para migração ilegal" no país.