PM atira em carro de entregador antifascista por mostrar o dedo do meio
Arthur Stabile e Luís Adorno
Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo
28/03/2021 18h16
Policiais militares atiraram no veículo em que estava o trabalhador de aplicativo Paulo Roberto da Silva Lima, mais conhecido como Galo, neste domingo, em São Paulo. Galo é um dos líderes do movimento dos entregadores antifascismo.
A versão oficial, segundo boletim de ocorrência registrado no 78º DP (Jardins), é a de que o homem estava dentro de seu carro e mostrou o "dedo do meio e os xingou". Por conta disso, os policiais decidiram abordá-lo.
Paulo Roberto, segundo os PMs, teria se recusado a parar o carro, o que deu início a uma perseguição "por quilômetros, necessitando de apoio de outras viaturas".
Galo bateu o carro na fachada do prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na avenida Paulista. Ali, foi detido e levado à delegacia.
Durante a perseguição, os policiais teriam atirado nos pneus do veículo para impedir a fuga do homem.
Ao site Alma Preta, Galo disse que não parou porque estava na periferia. "Se os caras [PMs] tivessem me abordado lá, a história teria sido diferente", disse ao site. "Talvez nem aqui eu estaria para trocar essa ideia. Aqui [no centro] eles têm outra postura", afirma o entregador.
O documento da Polícia Civil paulista sustenta que, no DP, Paulo Roberto disse estar "arrependido por ter ofendido os policiais militares e que não teve a intenção de danificar a grade de proteção da Fiesp".
Cerca de três horas depois da detenção, Galo usou as redes sociais para tranquilizar seus seguidores:
O entregador assinou um termo circunstanciado e foi liberado pelo delegado Ailton de Camargo Braga, que solicitou perícia do veículo que ele dirigia.