Vizinhos de Jairinho relatam 'pedidos de socorro' de ex-mulher do vereador
Ex-vizinhos do vereador Jairinho (Solidariedade), investigado pela morte do enteado Henry Borel, de 4 anos, relataram brigas, gritos e pedidos de socorro durante o período em que ele morou com a ex-mulher em um outro condomínio na Barra da Tijuca.
Em depoimentos ao Jornal Nacional, as testemunhas disseram que o político chegou a derrubar o portão de entrada do local, onde viveu até o final de 2019, depois que a antiga companheira se recusou a deixá-lo entrar.
"Era agressão, uma agressão semanal, semanal. Espancamento, inclusive pedido de socorro dela", afirmou uma das entrevistadas, que teve a identidade preservada. "Uma vez eu presenciei ele aqui arrombando o portão da entrada porque ela se recusou a recebê-lo e ele arrombou o portão de entrada. Brigou com o segurança e enfiou o carro aqui dentro", completou.
Segundo outra testemunha que teria ouvido as brigas do casal, a violência era constante no relacionamento de Jairinho com a ex, mãe dos dois filhos do vereador.
"Todo mundo sabia que ele batia nela ali", afirmou a moradora, que também teve a identidade preservada, descrevendo ainda que os dois "brigavam muito e falavam alto", facilitando que os vizinhos soubessem das ocorrências.
"Ela pedindo socorro e barulho de coisa quebrando. Chute na porta, essas coisas, era bem forte. O andar inteiro ouvia", detalhou.
Apesar das outras denúncias que surgiram contra o político, a ex-mulher foi a única das companheiras de Jairinho a registrar Boletim de Ocorrência.
Em janeiro de 2014, ela afirmou ter sido arrastada pelo vereador até a cozinha do apartamento, onde teria sido chutada pelo ex-marido.
A antiga companheira de Jairinho chegou a voltar à delegacia para tentar retirar a queixa, mas com o resultado positivo do exame de corpo de delito, confirmando a agressão, a denúncia foi mantida.
O laudo apontou hematomas nas pernas e no braço direito da moça, mas como ela não quis prosseguir, o caso acabou arquivado.
Segundo o jornal O Globo, vizinhos também chegaram a denunciar a violência, em junho de 2019, mas a ex-mulher negou as denúncias feitas.
No início do caso, a defesa de Jairinho chegou a entregar uma carta escrita à mão em que a ex-mulher diz que ele "sempre fez o bem".
Entenda o caso
Henry Borel, de 4 anos, havia passado o final de semana com o pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida. Por volta das 19h, ele deixou a criança no condomínio onde morava a mãe do menino, Monique Medeiros, que havia se mudado para viver com o novo namorado, o vereador Dr. Jairinho, com quem começou um relacionamento em outubro de 2020.
Câmeras de segurança registraram a chegada do garoto, sem nenhum problema de saúde aparente.
De acordo com as investigações, na madrugada do dia 8, Jairinho e Monique levaram o menino ao Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, onde relataram que a criança apresentava dificuldade respiratória. O casal então ligou para o pai do garoto para relatar o ocorrido.
Leniel foi, então, até a unidade de saúde e encontrou os médicos tentando reanimar a criança. Orientado pelos profissionais do hospital, o pai do menino abriu uma ocorrência na 16ª DP para entender o que aconteceu com o filho. A morte do menino ocorreu ainda no dia 8.
O laudo da necropsia de Henry indicou sinais de violência e a causa da morte foi hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente.
No documento, a perícia constatou múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores; infiltração hemorrágica na parte da frente, lateral e posterior da cabeça; edemas no encéfalo; grande quantidade de sangue no abdômen; contusão no rim à direita; trauma com contusão pulmonar; laceração hepática (no fígado); e hemorragia retroperitoneal.
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