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Falso médico que atendia pacientes com covid-19 é preso no Rio

Documentos apreendidos com falso médico que atendia pacientes com covid-19 no Rio - Divulgação/Polícia Civil
Documentos apreendidos com falso médico que atendia pacientes com covid-19 no Rio Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

18/05/2021 20h01

Um homem que se passava por médico e fazia atendimentos na ala de pacientes com covid-19, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Realengo, na zona oeste do Rio, foi preso em flagrante hoje.

Itamberg Oliveira Saldanha, 31, estava de plantão na unidade quando os policiais chegaram no local. De acordo com a delegada Bianca Lima, titular da delegacia de Copacabana, a polícia chegou até ele depois que o médico verdadeiro registrou um boletim de ocorrência alegando que os dados dele, assim como o seu registro no CRM estavam sendo usados por outra pessoa.

O falso médico chegou a realizar mais de 3.000 atendimentos desde janeiro deste ano e atendia na ala de pacientes com coronavírus. "Foi verificado também que o falso profissional chegou a ser vacinado contra a covid-19", informou a polícia.

No local, foram apreendidos um carimbo e um atestado de óbito assinado por Itamberg, que vai responder por exercício ilegal da profissão da medicina, tentativa de estelionato e falsa identidade. "A investigação segue em andamento para apurar a prática de falsificação de documento público e falsidade ideológica", destacou a investigação.

A polícia informou que Itamberg relatou, ao ser abordado por policiais, que estudou medicina em uma universidade particular. Ele teria abandonado a faculdade no 6º período, alegando não ter mais dinheiro para pagar as mensalidades.

Procurada, a SES (Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro) informou que abrirá um processo administrativo para apurar a contratação do falso médico, "assim como as responsabilidades administrativas da OS (Organização Social) que faz a gestão da unidade".

A SES disse ainda que a "a coordenação da UPA Realengo está colaborando integralmente com a Polícia Civil na investigação do caso". A pasta informou ainda que está sendo criada a Subsecretaria de Fiscalização de Contratos de Gestão para aprimorar os processos de gestão de todos os contratos e serviços realizados pela secretaria.

Já o Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) reforçou através de nota que casos relacionados à atuação de falsos médicos são criminosos e devem ser investigados pela Polícia Civil.

Os profissionais inscritos no Cremerj podem ser verificados no site da instituição. O UOL ainda não localizou a defesa do falso médico.