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Polícia prende 16 em operação que apura desaparecimento de meninos no RJ

Ação ocorre nas comunidades do Castelar, da Palmeira e do Rola Bosta, em Belford Roxo - Reprodução/TV Globo
Ação ocorre nas comunidades do Castelar, da Palmeira e do Rola Bosta, em Belford Roxo Imagem: Reprodução/TV Globo

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

21/05/2021 08h41Atualizada em 21/05/2021 13h10

A Polícia Civil do Rio faz uma operação na manhã de hoje na Baixada Fluminense contra uma quadrilha investigada pelo desaparecimento dos meninos Lucas Mateus, 8, Alexandre Silva, 10, e Fernando Henrique, 11, em dezembro do ano passado, na comunidade do Castelar, na Baixada Fluminense.

A ação prendeu 16 suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas, mas a polícia não apontou envolvimento com o sumiço das crianças. A ação ocorre nas comunidades do Castelar (onde moram as famílias das crianças), da Palmeira e do Rola Bosta, em Belford Roxo, e visa o cumprimento de mais de 20 mandados de prisão.

De acordo com a polícia, os criminosos também seriam responsáveis por provocar a tortura e a expulsão de um morador, de sua companheira e dos quatro filhos menores de idade, acusando falsamente a família pelo sumiço das crianças com o objetivo de prejudicar o trabalho dos policiais.

As investigações identificaram também que há um grupo responsável por uma espécie de tribunal do tráfico na região, por diversos roubos de veículos e de cargas em Belford Roxo e em outros municípios da Baixada Fluminense.

Fernando Henrique, 11, Lucas Matheus, 8, e Alexandre da Silva, 10, desapareceram dia 27 de dezembro em Belford Roxo (RJ) - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Fernando Henrique, 11, Lucas Matheus, 8, e Alexandre da Silva, 10, desapareceram em 27 de dezembro
Imagem: Arquivo Pessoal

A operação de hoje é consequência de duas investigações que tramitaram simultaneamente na DC-Polinter e na DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense) sobre o caso.

Cerca de 150 policiais civis de diversas delegacias do DGHPP (Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa), do DGPE (Departamento-Geral de Polícia Especializada), da CORE (Coordenadoria de Recursos Especiais) e da DHBF atuam na região.

"O trabalho de inteligência e investigação demonstrou a necessidade da ação da Polícia Civil na região para garantir os direitos fundamentais dos moradores que vivem sob a ditadura do tráfico e de pedestres que são vítimas constantes de crimes praticados pelos traficantes locais", informou a Polícia Civil.

Quase cinco meses sem respostas

Lucas, Alexandre e Fernando desapareceram no dia 27 de dezembro do ano passado, quando deixaram um campo de futebol, no Castelar, em direção à feira de Areia Branca, a 3 km de casa.

A única linha de investigação da polícia é que traficantes estariam por trás do sumiço dos garotos.

Uma força-tarefa foi criada no mês passado para reforçar as investigações sobre o caso.

Em março, o Ministério Público do Rio de Janeiro encontrou imagens de câmeras de segurança que flagraram os meninos passando pela Rua Malopia, em um bairro vizinho. Essa imagem já estava em posse da Polícia Civil, mas os meninos só foram identificados após o MP submeter o vídeo a técnicas de melhorias de imagens. A pista apareceu dois meses após o registro do desaparecimento das crianças.