Ecko, chefe da maior milícia do Rio, é morto pela polícia
Apontado como chefe da maior milícia do estado do Rio de Janeiro, Wellington da Silva Braga, o Ecko, foi morto hoje durante uma operação da Polícia Civil do Rio. Ecko foi baleado com dois tiros durante ação da polícia para prendê-lo em uma casa da comunidade de Três Pontes, no bairro de Paciência, na zona oeste do Rio.
Segundo a Polícia Civil, ele foi socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos. O primeiro tiro aconteceu em um confronto na casa, e o outro no trajeto da van, onde ele foi colocado preso, a caminho do helicóptero. De acordo com a Polícia Civil, o segundo tiro ocorreu após ele tentar tirar a arma de uma policial dentro do veículo.
Dia dos Namorados
Em comunicado oficial, a Polícia Civil confirma operação batizada de Dia dos Namorados, parte da Força-Tarefa de Combate às Milícias, criada em outubro de 2020, com o objetivo de asfixiar o braço financeiro das organizações criminosas.
A ação foi coordenada pelo Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), com apoio da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), da Delegacia de Defesa de Serviços Delegados (DDSD), da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) e do Serviço Aeropolicial (SAER).
Bonde do Ecko
O grupo de Ecko atua em bairros da zona oeste e também em algumas regiões da Baixada Fluminense explorando diversas atividades ilegais nas comunidades, como contrabando de cigarros, venda de gás e transportes alternativo.
O miliciano herdou o "cargo" de líder da quadrilha quando assumiu e expandiu os negócios de seu irmão, Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, que morreu em confronto com a Polícia Civil, em abril de 2017. Após, a morte do irmão, a Liga da Justiça passou a se chamar "Bonde do Ecko".
A quadrilha começou atuando nos bairros de Campo Grande, Santa Cruz, Cosmos, Inhoaíba e Paciência, na zona oeste, sendo comandada inicialmente por ex-policiais militares: Ricardo Teixeira Cruz, o Batman; Toni Ângelo Souza Aguiar, o Toni Angelo; e Marcos José de Lima, o Gão. Todos foram presos em 2007 e 2008.
Após a prisão do grupo, Carlinhos Três Pontes assumiu a liderança. Diferente da antiga configuração, Carlinhos era ex-traficante do Morro Três Pontes, em Santa Cruz, e tornou-se o chefe do grupo até ser morto.
Ao assumir, Ecko estreitou a relação da milícia com o tráfico de drogas.
O Disque Denúncia oferecia uma recompensa de R$ 10 mil por informações que levassem ao miliciano.
Outros negócios
Segundo estimativa do Ministério Público do Rio, o grupo movimenta ao menos R$ 10 milhões por mês somente na Baixada Fluminense. O dinheiro é obtido a partir da exigência de pagamentos de taxas de comerciantes e moradores.
Entre as atividades exploradas, há também a extração de saibro, uma espécie de areia usada na construção civil. A ação em condomínios do programa habitacional "Minha Casa Minha Vida", do governo federal, também tornou-se uma das mais rentáveis fontes de renda da milícia nos últimos anos.
Segundo as investigações, há mais de 10 mil unidades habitacionais que passaram a ser exploradas com a expansão da milícia da zona oeste para Baixada Fluminense através de "franquias do crime", instaladas em diferentes pontos do RJ.
Estima-se que mais de 2 milhões de pessoas vivam em áreas dominadas pela quadrilha de Ecko.
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