Polícia fecha fábrica clandestina de xampu e cremes ligada a milícia no Rio
Uma fábrica clandestina de produtos cosméticos foi fechada ontem durante uma operação da Força-Tarefa da Polícia Civil, em Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo as autoridades, ela era explorada pela milícia que é comandada por Wellington da Silva Braga, o Ecko —um dos criminosos mais procurados do estado—, e vendia produtos como xampus e cremes de cabelo para salões de beleza.
Segundo a polícia, o faturamento da empresa girava na casa de R$ 1,2 milhão por mês. Três pessoas foram presas, mas o dono da fábrica clandestina não foi encontrado durante a ação policial.
Segundo o delegado André Nunes, da Decon (Delegacia do Consumidor) afirmou ao UOL, a empresa funcionava sem qualquer documentação legal.
Nunes afirmou que álcool em gel, xampus e cremes para cabelos eram comercializados para uso em salões de beleza do Rio, Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo. No entanto, eles sequer tinham embalagens regulares, com especificações dos ingredientes usados na fabricação. Milhares de produtos foram apreendidos e parte deles passará por perícia.
A operação de ontem também mirou uma central de TV a cabo pirata, um depósito de gelo e lojas de roupas falsificadas. Quinze pessoas foram presas em toda a ação. No começo da semana, a polícia também fechou uma fábrica clandestina de cerveja ligada aos milicianos.
"A ação foi realizada com o objetivo de atingir o braço financeiro da milícia e interromper comércios e serviços ilegais, que geram grande lucro para a organização criminosa chefiada por Wellington da Silva Braga, o 'Ecko'", afirmou a Polícia Civil, em nota.
"Entre os crimes investigados estão exploração de atividades ilegais controladas pela milícia, cobranças irregulares de taxas de segurança e de moradia, instalações de centrais clandestinas de TV a cabo e de internet (gatonet/gatointernet), armazenamento e comércio irregular de botijões de gás e água, parcelamento irregular de solo urbano, construções irregulares, explorações de areais e outros crimes ambientais, comercialização de produtos falsificados, contrabando, descaminho, transporte alternativo irregular, estabelecimentos comerciais explorados pela milícia e utilizados para lavagem de dinheiro, entre outras ilegalidades", conclui o comunicado.
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