Movimento negro sofre ataque virtual com símbolos nazistas e racismo, em SC
Uma reunião virtual do MADEF-SFC (Movimento Afrodescendente Francisquense) foi alvo de um ataque virtual com ofensas racistas na quarta-feira (28), em São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Em nota, os ativistas informaram que foram reproduzidos vídeos nazistas e de supremacia branca durante a conversa, que acontecia na plataforma do Google Meets.
Lauriane Camilo da Silva, integrante do movimento, afirmou em vídeo que os ataques iniciaram assim que a coordenadora da organização começou a se apresentar.
"Foram lançados vídeos da Ku Klux Klan [organização supremacista dos Estados Unidos] e vídeos nazistas, além de um hino nazista que começou a tocar. Várias mensagens de xingamentos começaram a aparecer, mandando os negros voltarem para a África."
O MADEF registrou um boletim de ocorrência sobre o caso. "Foi bem ameaçador, ficamos bem horrorizados. Tomamos todas as medidas cabíveis e estamos esperando que a Justiça aconteça em relação a isso, porque não pode ficar assim", diz Lauriane.
Ao UOL, a Polícia Civil de Santa Catarina afirmou que um inquérito foi instaurado para apurar o caso. "A investigação está em andamento, na fase de coleta de dados técnicos da videoconferência", diz comunicado.
Lauriane ainda ressaltou que nenhuma pessoa do grupo foi individualmente agredida, mas que a situação era bastante preocupante. "Não foi ameaçada nenhuma pessoa ali dentro do grupo, mas foi uma ameaça de maneira geral mesmo, para toda a população negra", defendeu.
Racismo x injúria racial
A Lei de Racismo, de 1989, engloba "os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". O crime ocorre quando há uma discriminação generalizada contra um coletivo de pessoas. Exemplo disso seria impedir um grupo de acessar um local em decorrência da sua raça, etnia ou religião.
O autor de crime de racismo pode ter uma punição de 1 a 5 anos de prisão. Trata-se de crime inafiançável e não prescreve. Ou seja: no caso de quem está sendo julgado, não é possível pagar fiança; para a vítima, não há prazo para denunciar.
Já a injúria racial, como o caso investigado no Rio, consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem a fim de atacar a dignidade de alguém de forma individual. Um exemplo de injúria racial é xingar um negro de forma pejorativa utilizando uma palavra relacionada à raça.
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