Sargento é preso e confessa que pilotou aeronave que caiu em MT com cocaína
O terceiro sargento do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro Alberto Ribeiro Pinto Júnior, 45, foi preso ontem suspeito de pilotar o helicóptero caiu em uma fazenda em Poconé (MT), região do Pantanal Mato-Grossense, durante transporte 280 quilos de cocaína. O helicóptero foi localizado no último domingo, e no local não havia ninguém. A Polícia Federal informou hoje que o sargento confessou ter sido piloto do veículo.
Ele foi flagrado ateando fogo na mata e detido por uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso, que foi acionada para apagar o incêndio. A Polícia Federal investiga a quem pertencia a droga, avaliada em R$ 6,9 milhões.
Segundo a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), consta no RAB (Registro Aeronáutico Brasileiro), o helicóptero de prefixo PT-RMM, modelo R44 II, do fabricante Robinson Helicopter, que está registrado como de propriedade e para ser operado por Ronney José Barbosa Sampaio, papiloscopista da Polícia Civil do Distrito Federal. A aeronave estava em situação irregular para voos, com o CVA (Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade) vencido desde 24 de novembro de 2017, mas mesmo assim foi utilizada nos últimos dias.
O sargento foi autuado em flagrante, na tarde de ontem, pelos crimes de incêndio em lavoura ou pastagem e corrupção ativa. Durante a prisão, o homem, segundo a polícia, tentou oferecer dinheiro aos militares para que ele fosse liberado antes de chegar à delegacia de Polícia Civil de Poconé. O investigado está preso no presídio do município de Chapada dos Guimarães (MT).
Além da prisão em flagrante, na noite de ontem, a Justiça de Mato Grosso decretou a prisão temporária do investigado de envolvimento com o tráfico de entorpecentes. O pedido de prisão foi representado pela Polícia Federal, que investiga o crime de tráfico de drogas relacionado à grande quantidade de cocaína apreendida no helicóptero que caiu.
A apreensão da aeronave e da droga ocorreu durante uma ação conjunta entre a PF (Polícia Federal) com policiais lotados em Mato Grosso e no Paraná, o Ciopaer/MT (Centro Integrado de Operações Aéreas) e o Gefron/MT (Grupo Especial de Segurança na Fronteira), no domingo (1º). As forças de segurança realizavam uma operação de enfrentamento ao tráfico de drogas pelo modal aéreo.
Desde então, quando a droga e o helicóptero foram localizados, a polícia estava a procura do piloto para descobrir a quem pertence o entorpecente.
De acordo com a Polícia Civil de Mato Grosso, uma equipe do Corpo de Bombeiros inspecionava a área de foco do incêndio nas proximidades dos destroços do helicóptero, quando encontraram o sargento deitado no chão, bastante sujo e debilitado, por estar com fome e sede.
"Questionado, ele alegou que foi até o local para buscar peças do veículo, apresentando várias contradições. Durante o trajeto para a Delegacia de Poconé, o piloto fez propostas aos integrantes do Corpo de Bombeiros, tentando negociar a sua liberação", informou a polícia.
Ele foi interrogado pelo delegado Maurício Pereira Maciel, titular da delegacia de Poconé, e autuado em flagrante pelo crime de incêndio, "uma vez que pelas circunstâncias e objetos encontrados com ele, presumiu-se que foi ele que colocou fogo na área, e também pela corrupção ativa."
"Era por volta das 21 horas, quando os policiais de Poconé estavam chegando com o suspeito no presídio de Chapada do Guimarães, e recebemos a notícia da expedição do mandado de prisão, relacionado as investigações da apreensão do entorpecente que estava no helicóptero que o suspeito pilotava", contou o delegado.
O sargento segue preso. Durante oitiva, ele confessou ser o piloto do helicóptero que caiu ao fazer o transporte de 280kg de cocaína, segundo a Polícia Federal. Até agora, o homem não apresentou advogado para fazer a defesa dele. O UOL tentou contato com o papiloscopista durante a manhã de hoje, mas as ligações não foram atendidas. Até a publicação deste texto, ninguém retornou aos telefonemas.
Ainda, segundo a PF, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes foi informada sobre a prisão do suspeito e, com base nas informações obtidas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso e da Polícia Civil de Mato Grosso, representou pela prisão temporária dele.
A polícia informou que mediante consultas à ANAC, verificou-se que o homem possui licença de PCH (Piloto Comercial de Helicóptero), desde 15/10/2012, e habilitação vencida para pilotar o modelo de helicóptero acidentado.
A PF destacou ainda que as investigações continuam em andamento para desarticular toda organização criminosa.
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