MT: Helicóptero que caiu com cocaína seria de policial dono de 5 aeronaves
O helicóptero modelo Robinson 44, encontrado após cair em uma fazenda em Poconé (MT), região do pantanal mato-grossense, carregado com 280kg de cocaína, está registrado como propriedade do papiloscopista da Polícia Civil do Distrito Federal Ronney José Barbosa Sampaio. As informações constam no RAB (Registro Aeronáutico Brasileiro) fornecido pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Os dados foram consultados hoje pelo UOL e revelam ainda que o agente público tem um total de cinco aeronaves registradas em seu nome.
Segundo a PF (Polícia Federal), a droga está avaliada em R$ 6,9 milhões. Até agora, nenhum suspeito de pilotar o helicóptero foi preso. O acidente não deixou feridos.
A apreensão do helicóptero e da droga ocorreu durante uma ação conjunta entre a PF (Polícia Federal) com policiais lotados em Mato Grosso e no Paraná, o Ciopaer/MT (Centro Integrado de Operações Aéreas) e o Gefron/MT (Grupo Especial de Segurança na Fronteira), no último domingo (1º). As forças de segurança realizavam uma operação de enfrentamento ao tráfico de drogas pelo modal aéreo.
"A ação faz parte de esforço conjunto e integrado das forças envolvidas para a repressão a voos ilícitos de pequenas aeronaves carregadas com drogas oriundas dos países produtores vizinhos", informou a PF/MT.
Segundo a PF, no momento da localização do veículo, não havia ninguém no local. "A equipe policial segue realizando diligências para desarticulação de toda organização criminosa", disse. A droga estava em pacotes, foi apreendida e recolhida. Ontem, profissionais iniciaram perícia no local do acidente e nos destroços do helicóptero.
Registros de propriedade
A aeronave estava em situação irregular para voos, com o CVA (Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade) vencido desde 24 de novembro de 2017, mas mesmo assim foi utilizada nos últimos dias. Ainda não há informação sobre a identidade do piloto. Entretanto, apenas o nome do proprietário consta como autorizado a pilotá-la na documentação.
De acordo com o RAB, o helicóptero de prefixo PT-RMM, modelo R44 II, do fabricante Robinson Helicopter, tinha como proprietário e operador Ronney José Barbosa Sampaio desde o dia 5 de maio deste ano. A ANAC informou que Sampaio adquiriu a aeronave no dia 30 de abril de 2021 e o antigo proprietário registrou a venda no dia 5 de maio, dentro do prazo de 30 dias para comunicação e registro.
Em entrevista à imprensa local, Sampaio afirmou que adquiriu o helicóptero há cerca de um ano, mas, por falta de dinheiro para regularizar a liberação de voo, acabou vendendo a aeronave no dia 25 de maio deste ano. As datas não coincidem com os registros da ANAC.
O UOL tentou contato com o papiloscopista durante o dia de hoje, mas as ligações não foram atendidas. Até a publicação deste texto, ninguém retornou aos telefonemas. O espaço segue aberto para a defesa do policial.
"Até o momento, o proprietário Ronney José Barbosa Sampaio não comunicou a venda de sua aeronave, matrícula PT-RMM, que deve ser feita, dentro do prazo de 30 dias, pelo vendedor, não pelo comprador", informou a ANAC.
Em consulta feita hoje no site da ANAC, o nome do policial civil aparece como proprietário de cinco aeronaves - o helicóptero envolvido na queda, um Robinson 44, de prefixo PT-RMM, com matrícula cancelada, outro Robinson 44, de prefixo PR-HCM, com matrícula cancelada, o ultraleve de prefixo PU-ADH, o helicóptero Robinson 22, de prefixo PT-YDU, com aeronavegabilidade cancelada, e uma aeronave experimental, de modelo EXEC 162F, do fabricante Mike Seymour, em situação normal para voos. As cópias da consulta dos registros podem ser vistas no vídeo acima.
No portal da transparência do governo do Distrito Federal informa que o papiloscopista da Polícia Civil possui o salário de R$ 16.900,89, mas a remuneração recebida por ele em junho foi no valor de R$ 19.746,02.
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