SC: Homem incendiou casa com filha ainda viva dentro, revela laudo
A menina de 13 anos esfaqueada pelo pai, em Criciúma, a 206 km de Florianópolis, ainda estava viva quando o suspeito ateou fogo na casa. De acordo com laudo do IGP (Instituto Geral de Perícias), divulgado hoje, a garota morreu em decorrência dos ferimentos causados pela faca em paralelo com asfixia gerada por inalação de fumaça. O crime ocorreu na última sexta-feira (13).
O homem, de 39 anos, está preso desde sábado (14). Segundo a PM (Polícia Militar), o suspeito morava na casa com os seis filhos, sendo três meninas e três meninos.
Ele teria chegado da rua por volta das 21h, pegado uma faca e partido para cima deles, atingindo primeiro um menino de 7 anos e a adolescente mais velha, de 13 anos, que tentou impedir o ataque, mas acabou também ferida. Após desferir os golpes, o homem colocou fogo no imóvel e fugiu.
Cinco dos seis filhos conseguiram escapar das chamas. A garota não conseguiu sair da casa e morreu próximo à cozinha. Já o irmão esfaqueado sofreu ferimentos leves e passa bem.
A investigação não conseguiu concluir se a garota foi queimada com vida ou se já estava morta asfixiada quando o corpo sofreu carbonização. O inquérito, confirmou, contudo, que ela estava viva quando as chamas iniciaram.
"Conforme laudo pericial, a agressão por faca e aspiração de fumaça, de forma concomitante, deram causa à morte [da adolescente]. O suspeito foi preso em flagrante no sábado, e a prisão foi convertida em preventiva. Ele segue detido", confirmou ao UOL a delegada Juliana Zappelini, de Criciúma.
O inquérito foi concluído pela Polícia Civil, com indiciamento do pai por feminicídio, duas tentativas de feminicídio, três tentativas de homicídio e incêndio criminoso. O caso foi e encaminhado ao MP (Ministério Público) de Santa Catarina.
Em nota ao UOL, o MP informou que solicitou novas diligências no início da semana e as informações devem ser entregues nos próximos dias. "O caso está em sigilo devido à natureza do crime, mas iremos informar assim que houver uma denúncia ou outro desdobramento dessa fase processual. A tipificação dos eventuais crimes ainda depende dessas informações e de mais conhecimento sobre os fatos", concluiu.
O UOL busca identificar a defesa do suspeito. Até sábado, ainda não havia representante legal indicado em seu processo. O espaço segue aberto para atualização, tão logo esclarecimentos sejam prestados.
Comportamento agressivo
A Polícia Civil informou que o suspeito morava sozinho com os seis filhos há apenas 15 dias. A mãe das crianças saiu de casa e se mudou para outro município, em razão do comportamento agressivo do marido.
Segundo a investigação, ele confessou parcialmente o crime, confirmando estar na casa no momento do incêndio, mas alegou não recordar das facadas. Apesar disso, ele segue como único suspeito por ser a pessoa que estava no imóvel no momento dos crimes, com base em informações repassadas pela PM, vizinhos e do próprio homem.
No dia seguinte à morte da filha, a mãe fez um desabafo sobre o caso afirmando que o pai da menina, principal suspeito do crime, "é um monstro, um bicho".
"Você me deixou, filha. Por um monstro que dizia ser pai. Um bicho animal que tirou sua vida. Tô (sic) desesperada, sem palavras, coração partido. A saudade está me matando por não ver mais você sorrindo, brincando. Que deus te dê um novo lugar no céu", postou a mãe da adolescente em seu perfil no Facebook.
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