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'Monstro que dizia ser pai', desabafa mãe de adolescente morta em SC

Casa foi incendiada pelo pai das crianças, segundo a polícia - Corpo de Bombeiros de SC
Casa foi incendiada pelo pai das crianças, segundo a polícia Imagem: Corpo de Bombeiros de SC

Do UOL, em São Paulo

15/08/2021 14h54Atualizada em 15/08/2021 15h58

A mãe de uma adolescente de 13 anos morta na noite de sexta-feira (13) em Criciúma (SC) fez um desabafo sobre o caso afirmando que o pai da menina, principal suspeito do crime, "é um monstro, um bicho".

O homem, de 39 anos, foi preso após cinco de seus seis filhos serem resgatados na casa em que moravam apenas com o pai, em um incêndio que, segundo investigações iniciais, foi proposital. De acordo com a Polícia Civil catarinense, a primogênita, de 13 anos, não conseguiu sair a tempo. O corpo dela foi encontrado carbonizado e com sinais de ferimentos de faca.

"Você me deixou, filha. Por um monstro que dizia ser pai. Um bicho animal que tirou sua vida. Tô (sic) desesperada, sem palavras, coração partido. A saudade está me matando por não ver mais você sorrindo, brincando. Que deus te dê um novo lugar no céu", postou a mãe da adolescente em seu perfil no Facebook.

O crime ocorreu no bairro Imperatriz. Segundo a Polícia Militar, o suspeito, que morava na casa com os seis filhos - três meninas e três meninos - chegou da rua por volta das 21h, pegou uma faca e tentou ferir as crianças.

O primeiro a ser atingido foi um menino de 7 anos, segundo a PM. A adolescente, que era a mais velha, tentou impedir, mas também acabou esfaqueada.

Após desferir os golpes, o homem colocou fogo no imóvel e fugiu. Cinco dos seis filhos conseguiram escapar das chamas. A primogênita, que não conseguiu sair da casa, morreu próximo à cozinha.

A Polícia Civil pediu um laudo ao IGP (Instituto Geral de Perícias) para saber se a adolescente morreu em decorrência das facadas ou do incêndio. Já o menino de 7 anos teve ferimentos leves na perna e passa bem. Ele e os irmãos estão com parentes.

O homem acabou preso em flagrante na manhã de ontem pela PM (Polícia Militar) ao retornar ao local do crime.

De acordo com o delegado Fernando Possamai, que investiga o caso, o pai confessou parcialmente o crime.

"Ele buscou se omitir sobre o incêndio e as facadas. Não deu a confissão de forma direta. Objetivamente apenas disse que estava na residência e não se recorda o que aconteceu em relação aos crimes", comentou o delegado.

Apesar disso, a investigação o considera como único suspeito por ser a pessoa que estava dentro da casa no momento dos crimes, com base em informações da PM, vizinhos e do próprio pai.

Comportamento agressivo

A Polícia Civil informou que o suspeito morava sozinho com os seis filhos havia 15 dias. A mãe das crianças saiu de casa e se mudou para outro município em razão do comportamento agressivo do marido.

"Ele morava com os seis filhos. A esposa tinha ido para a cidade de Laguna há uns 15 dias. Estavam separados devido à violência doméstica", disse ao UOL o delegado, em reportagem publicada ontem.

O pai deverá ser indiciado por feminicídio, contra a adolescente, duas tentativas de feminicídio, contra as outras duas filhas mulheres, três tentativas de homicídio, contra os filhos homens, e incêndio criminoso. A Polícia Civil pediu a prisão preventiva.

O suspeito está no presídio de Criciúma aguardando audiência de custódia para saber se responderá em liberdade ou preso. Ele ainda não apresentou advogado.