Golpe do tarô: Jovem perde R$ 7 mil em 'serviço para tirar maldições' em SP
Do UOL, em São Paulo
28/10/2021 21h44Atualizada em 29/10/2021 08h39
Uma jovem secretária de 22 anos, que não teve identidade revelada, foi vítima de um golpe após consultas de tarô para "retirar maldições" contra ela e sua família, realizadas no bairro de Embaré, em Santos (SP). Ela teria sido convencida a pagar R$ 7.050 em três depósitos, por medo da ação de duas pessoas, que diziam que ela e a família morreriam, caso o trabalho não fosse concluído. Ela buscou a delegacia para registrar um boletim de ocorrência por estelionato, após ser alertada por familiares de que estaria sendo enganada.
As consultas foram feitas entre os dias 20 e 22 de outubro e um boletim de ocorrência por estelionato foi registrado no último sábado (23) no 7º DP (Distrito Policial) de Santos, no litoral paulista. A vítima contou à Polícia Civil que fez contato após ver anúncio do atendimento no Google.
O anúncio em questão oferece os "serviços" de uma mulher que se apresenta como bruxa. Ela se diz especialista em trabalhos de "amarração amorosa, quebra de demanda e afastamento de rival", "com bruxaria e magia negra" para quem "cansou de ser enganado". Na descrição ela diz atender presencialmente e pelo WhatsApp, com consultas a partir de R$ 50.
Segundo narração da denunciante no boletim de ocorrência, a secretária pagou R$ 50 para o primeiro atendimento, mas teria sido coagida a realizar novas transferências, sob pretexto de que os valores seriam utilizados em "trabalhos" para solucionar "maldições". Ela realizou então um depósito de R$ 2 mil.
Em seguida, alegando que o trabalho "não deu certo", um novo pedido, dessa vez de R$ 20 mil. Alegando não ter todo esse dinheiro, a secretária conta que depositou R$ 5 mil, mas foi pressionada, ouvindo que ela e sua família morreriam, caso o "trabalho" não fosse desfeito.
Enquanto ainda tentava conseguir dinheiro, ela teria sido abordada uma segunda pessoa, um homem que dava a entender ser pai de santo e dizia poder "limpar" a vítima e seus famíliares por mais dinheiro. A vítima chegou a pedir empréstimo a parentes até ser alertada por um irmão e uma cunhada que ela poderia ter caído em um golpe.
A vítima registrou boletim de ocorrência no 7º DP, mas o caso foi encaminhado para o 3º DP da cidade, que deu início às investigações.