Desaparecidos de Atibaia que estavam em festa deixam emprego em restaurante
Os funcionários de um restaurante japonês de Atibaia (SP) que desapareceram por quatro dias deixaram o emprego. Eles reapareceram ontem à tarde alegando que estavam em uma festa em uma área rural, onde permaneceram incomunicáveis porque não havia sinal de internet.
Em depoimento à Polícia Civil, os seis jovens informaram que não retornaram antes porque não conseguiram carona com os outros participantes da festa. Com idades entre 17 e 25 anos, eles decidiram retornar ao Nordeste após o episódio.
Segundo o restaurante, quatro deles pediram demissão após o registro da ocorrência. Sem vínculo trabalhista, um quinto jovem ainda não tinha sido efetivado e foi embora do alojamento onde os funcionários moravam sem avisar. O sexto, o filho da auxiliar de cozinha Ana Maria Bernardo da Silva, que continua trabalhando no restaurante, disse que irá se desligar da empresa a pedido da mãe, segundo informações repassadas pelo escritório de advocacia que representa o estabelecimento.
O desaparecimento dos jovens mobilizou as autoridades de Atibaia nos últimos dias após um apelo postado nas redes sociais pelo restaurante. "Reiteramos que estamos empenhados nas buscas por informações e pedimos ajuda de toda Atibaia para nos dar qualquer informação", disse um dos trechos da mensagem.
O UOL presenciou o momento em que os jovens reapareceram ao alojamento onde moravam, ontem à tarde.
"Os meninos apareceram!", disse com a voz ofegante a auxiliar de cozinha Ana Maria Bernardo da Silva, mãe de um dos jovens e funcionária do restaurante.
Mais tarde, Ana Maria conversou com a reportagem. "Foram dias de angústia. Não é fácil saber que o seu filho está desaparecido. Já estava esperando pelo pior."
'O rapaz que nos levou para a festa não queria voltar'
O garçom Wezily Felix da Silva, 22, contou como foi o episódio. "Saímos para beber depois do trabalho e acabamos indo de carona para essa festa. No dia seguinte, pedimos carona. Mas o rapaz que nos levou não queria voltar. Lá, não tinha sinal de celular. Por isso, não conseguimos avisar. Só conseguimos voltar quando esse rapaz decidiu ir embora", contou.
"Era uma chácara com piscina, música e muita bebida. A gente queria falar com a família, mas não tinha sinal de celular. A gente também não tinha como voltar. Então, esperamos lá até alguém nos dar carona", disse o sushiman José Leonardo Oliveira da Fonseca, 25, que veio do Rio Grande do Norte para trabalhar no restaurante há quatro meses.
O delegado Hermes Jun Nakashima, do 2º Distrito Policial de Atibaia, responsável pela investigação do caso, disse que chegou a cogitar até a hipótese de que os jovens tivessem sido vítimas de um sequestro. "Eles falaram que foram para essa festa sem serem obrigados por ninguém. Foram localizados e estão bem, sem nenhum tipo de ferimento", disse.
Mensagem pelo WhatsApp para as famílias
Após conversar com os jovens, o empresário Paulo Martin de Oliveira Sobrinho, proprietário do restaurante japonês, disparou uma mensagem de áudio em um grupo do WhatsApp com mais de 50 familiares dos jovens, criado para repassar informações sobre o sumiço.
"Eles foram encontrados e estão todos bem, em perfeitas condições e sem nenhum ferimento".
Os familiares dos jovens desaparecidos já se mobilizavam para viajar a Atibaia para acompanhar o caso de perto. Enquanto aguardava pelo depoimento dos jovens na delegacia, Sobrinho enviava mensagens de áudio dos jovens para tranquilizar os familiares.
"Foi um susto. Passei esses últimos dias passando informações do caso para as famílias. Mas estamos felizes porque estão todos bem."
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