Caso Marielle: delegado responsável por apuração é trocado pela 5ª vez
Sara Baptista e Caíque Alencar
Do UOL, em São Paulo
02/02/2022 14h58Atualizada em 02/02/2022 17h23
O delegado responsável pelas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018, vai mudar pela quinta vez. O caso será assumido agora por Alexandre Herdy.
A informação foi confirmada pela Polícia Civil do Rio Janeiro, que explicou que Henrique Damasceno, que estava à frente da DHC (Delegacia de Homicídios da Capital), onde é investigado o caso, foi promovido para a diretoria do DGHPP (Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa), que coordena e acompanha todas as delegacias de Homicídios, inclusive a DHC.
A investigação já foi chefiada antes por:
- Giniton Lages
- Daniel Rosa
- Moisés Santana
- Henrique Damasceno
A mudança acontece quando o assassinato está prestes a completar quatro anos. Até hoje, a motivação e os mandantes do crime não foram esclarecidos.
Em julho do ano passado, quando o caso Marielle trocou de mãos pela quarta vez, especialistas ouvidos pelo UOL já apontavam que as frequentes alterações poderiam trazer prejuízos para a investigação. Para eles, as trocas podem atrasar ainda mais a elucidação do caso, que é considerado sensível.
O Comitê Justiça Por Marielle também manifestou preocupação com a nova troca no caso. "Continuaremos acompanhando e pressionando por justiça e responsabilização dos culpados", disse o Instituto Marielle Franco.
Marielle e Anderson foram mortos na noite de 14 de março de 2018, quando o carro em que estavam foi atingido por 13 disparos, feitos de um outro carro que os seguia desde a Lapa, no Rio de Janeiro, onde a vereadora havia participado de um encontro político.
Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos, quase um ano depois, em 12 de março de 2019, como executores do assassinato e continuam detidos à espera de julgamento. Ambos negam participação nos crimes.
Em outubro do ano passado, a Polícia Militar suspendeu o processo interno que investiga a participação de Ronnie Lessa no crime. Na ocasião, a PM explicou que o caso não foi arquivado, mas apenas suspenso para aguardar o fim do processo criminal que ainda está em andamento na Justiça.
*Com Agência Brasil