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Advogado palmeirense morto com soco tinha desavença com suspeito, diz irmão

O advogado Celso Wanzo, de 58 anos, foi morto em São José do Rio Preto - Reprodução/Facebook
O advogado Celso Wanzo, de 58 anos, foi morto em São José do Rio Preto Imagem: Reprodução/Facebook

Simone Machado

Colaboração para o UOL, em São José do Rio Preto (SP)

14/02/2022 15h32Atualizada em 14/02/2022 20h40

Uma desavença antiga devido a divergências em relação à administração do condomínio onde moravam é apontada como o principal motivo da agressão que terminou com a morte do advogado Celso Wanzo, 58, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, após o jogo entre Palmeiras e Chelsea pelo mundial de clubes, no último sábado (12).

A vítima morreu no hospital após ser socorrido por cair desacordado quando levou um soco. Ontem, o gerente financeiro Emerson Ricardo Fiamenghi, 44, suspeito do crime, foi preso preventivamente.

A briga entre o advogado e o gerente, que é torcedor do Corinthians, foi na rua em frente ao condomínio de prédios onde eles moravam, no bairro Jardim Pinheiros. Emerson era síndico e Celso integrante do conselho administrativo.

Carlos Wanzo, irmão da vítima, relata que o advogado, acompanhado da esposa e de um casal de amigos, havia assistido à partida de futebol no apartamento onde morava. Apaixonado por esporte e torcedor do Palmeiras, ele havia pendurado uma bandeira do time do coração na sacada de seu imóvel, no 5º andar.

Após o jogo, o suspeito teria iniciado uma série de provocações, devido à derrota do time no Mundial de Clubes da Fifa.

celso - Reprodução/ Facebook - Reprodução/ Facebook
Celso era apaixonado por esportes
Imagem: Reprodução/ Facebook

"O jogo já havia acabado e ele [Emerson] chegou exaltado no prédio, gritando lá de baixo e, com isso, os vizinhos saíram na sacada para ver. Ele chamava meu irmão e gritava. Ele chamou meu irmão para briga e ele ignorou, mas o amigo que estava com ele no apartamento, que é policial, disse para eles descerem e conversarem; mas quando ele desceu, foi agredido com um soco e caiu", relata Carlos.

Ainda segundo o familiar, a agressão aconteceu na calçada em frente ao prédio. Após levar um soco no rosto, Celso caiu desacordado. Emerson teria tentado dar mais um golpe no advogado, mas foi contido pelo amigo de Celso.

"O rapaz o segurou e ele saiu dali rindo", acrescenta o irmão da vítima.

Não se sabe se o advogado bateu a cabeça no momento da queda, mas a vítima começou a ter convulsões e foi levada de carro pela mulher ao Hospital de Base de Rio Preto, onde deu entrada em estado grave com traumatismo craniano. O advogado não resistiu e morreu na madrugada de domingo.

"Ele era um esportista, adorava correr, uma pessoa que nunca arrumou uma briga ou uma confusão. Esse tipo de atitude de violência não combinava com ele, nunca se meteu em uma confusão na vida.

Ameaças anteriores

Ainda segundo Carlos, o irmão já havia sido ameaçado outras vezes por Emerson. Para ele, o crime ter acontecido após a partida de futebol foi uma coincidência.

"O jogo já tinha acabado, meu irmão já tinha sofrido várias ameaças dele. Ele dizia que ia matar meu irmão, que ia quebrar a cara dele, e nesse dia ele estava exaltado, não sei se ele havia bebido", conta Celso.

"O futebol é um esporte de paixão e existem muitos torcedores que são bandidos que não vão lá pelo esporte e vão para brigar e matar", acrescenta.

Suspeito preso

Após a agressão, um boletim de ocorrência de lesão corporal foi registrado, já que Celso ainda passava por atendimento médico. Emerson foi preso em flagrante e liberado depois de pagar fiança de R$ 5 mil.

No entanto, após ser constatada a morte do advogado, a Justiça de São Paulo determinou a prisão preventiva de Fiamenghi. Ele se entregou à Polícia Civil, na noite de ontem e está preso preventivamente na carceragem da Delegacia Seccional. Como ele possui curso superior, ele está em uma cela especial.

Devido à morte do advogado o crime passou de lesão corporal de natureza grave para lesão corporal seguida de morte, com pena que vai de quatro a 12 anos de prisão.

Segundo a polícia, ele ainda não tem defesa constituída. O espaço segue aberto para manifestação.