Chuva em Petrópolis: total de mortes ultrapassa o da tragédia de 2011
Do UOL, em São Paulo
16/02/2022 18h48Atualizada em 17/02/2022 06h30
O número de mortes provocadas desde terça-feira (15), pelas chuvas que atingem Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, ultrapassou o registrado na tragédia de 2011 na cidade.
Ao início da madrugada desta quinta-feira, o governo do Rio de Janeiro divulgou 104 mortos em razão do temporal, que provocou deslizamentos, transformou as ruas em rios de lama e deixou centenas de desabrigados e desalojados. Num intervalo de três horas, o volume de chuva que caiu sobre a cidade foi maior que o esperado para todo o mês de fevereiro.
Há 11 anos, na madrugada de 12 de janeiro, as chuvas intensas deixaram 73 mortos em Petrópolis. Toda a Região Serrana foi fortemente afetada, somando 918 mortes e ao menos 100 desaparecidos — só a cidade de Nova Friburgo registrou 426 óbitos na tragédia.
Para o CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), trata-se da maior catástrofe climática do país. Os deslizamentos de 2011 foram classificados pela ONU (Organização das Nações Unidas) à época como o oitavo maior já registrado em um século.
Um relatório do Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro apontou que, além das chuvas intensas e a geologia da região, a ocupação irregular do solo também contribuiu para o desastre.
Na noite de ontem, a prefeitura de Petrópolis decretou estado de calamidade pública, medida que permite ampliar gastos, atrasar pagamentos e parcelar dívidas no município. Desde 1º de fevereiro o município já se encontrava em situação de emergência por causa das chuvas.