Sobe para 104 o número de mortos em Petrópolis (RJ), diz governo do RJ
Subiu para 104 o número de mortes em decorrência do forte temporal que atingiu ontem a cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Entre as vítimas, há oito crianças, de acordo com informações da governo do estado do Rio. As identidades dos mortos ainda não foram divulgadas.
No bairro Alto da Serra, moradores auxiliavam bombeiros e agentes da Defesa Civil a cavar os escombros e procurar por parentes, conforme relatado pela reportagem do UOL. As autoridades disseram ainda não ter estimativa do total de desaparecidos. Há mais de 300 desabrigados e até a noite desta quarta (16), ao menos 24 pessoas haviam sido resgatadas com vida.
A Defesa Civil divulgou que o temporal foi o pior registrado em Petrópolis desde 1932, mesmo ano em que a medição começou a ser feita pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Num intervalo de três horas, choveu mais do que o esperado para todo o mês de fevereiro.
Casas foram destruídas, carros foram levados e corpos de vítimas foram encontrados apenas depois que a água abaixou. O governador Cláudio Castro (PL) descreveu o que viu no local como "cenas de guerra".
A região do Morro da Oficina, onde mais de 80 casas foram atingidas, concentra o maior número de vítimas. Já a rua Teresa, conhecido polo de moda, também está entre as áreas mais afetadas. Outras áreas castigadas pela chuva foram 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e as ruas Uruguai, Washington Luiz e Coronel Veiga.
A prefeitura decretou, ainda na terça, estado de calamidade pública — medida que permite ampliar gastos, atrasar pagamentos e parcelar dívidas no município; desde 1º de fevereiro, a cidade já se encontrava em situação de emergência por causa das chuvas.
Mortes superam tragédia de 2011
O número de mortes ultrapassou o registrado em 2011: há 11 anos, a cidade teve 73 óbitos em função das chuvas. A tragédia atingiu toda a Região Serrana, que contabilizou 918 mortes, 426 delas só no município de Nova Friburgo.
Para o CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o incidente de 2011 foi a maior catástrofe climática do país. No entanto, não foi o evento que mais deixou vítimas em Petrópolis: segundo a prefeitura, as chuvas de 1988 deixaram 134 mortos.
Riscos de desabamentos continuam
Mesmo que as próximas chuvas sejam mais fracas, ainda há o risco de deslizamentos na cidade.
"Deslizamentos acontecem na Região Serrana porque a profundidade do solo é pequena. Quando há chuva, o solo fica hidratado. E a face rochosa funciona como superfície de escoamento desse solo para áreas mais baixas. Por isso políticas públicas precisam ser constantemente atualizadas", declarou o geólogo Pedro Luis Cortês em entrevista ao UOL News na manhã de ontem.
Por que choveu tanto?
A soma de alguns fatores resultou nas fortes chuvas. São eles: ar abafado, chegada de uma frente fria junto a um corredor de umidade, e o relevo local. Áreas montanhosas —como no caso da Região Serrana do RJ— são mais propícias para a formação de nuvens de chuva forte.
Além disso, não há ferramenta meteorológica capaz de indicar um volume tão intenso de chuva em um espaço tão curto de tempo, conforme explicado ao UOL por especialistas. "O que a gente pode ver é monitorar o deslocamento, mas quando o radar mostra já é praticamente a nuvem já formada, precipitando", disse Marlene Leal, meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Bolsonaro diz que visitará a região
O presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que o governo federal deve liberar saques do FGTS para os moradores da região. Cumprindo agenda na Rússia, ele retorna ao Brasil na sexta (18) e afirmou que pretende sobrevoar Petrópolis no mesmo dia.
Acompanhe a cobertura completa das chuvas em Petrópolis e as principais notícias do dia no UOL News:
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